Foto: Agência Brasil.
Por Marcela Balbino, do Jornal do Commercio A gravação de uma conversa telefônica entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Lula (PT), nomeado nesta quarta-feira (16) novo ministro da Casa Civil, deixou até mesmo políticos da oposição atônitos.
Ontem, após a divulgação do áudio, parlamentares pernambucanos da oposição cobraram renúncia imediata da petista.
Já havia no ar a tensão pela celeridade do impeachment, depois que ela nomeou o ex-presidente Lula para o cargo.
O tucano Bruno Araújo cobra a renúncia e argumenta que é pelo bem do Brasil.
Ele considera a postura de Dilma, apresentada no áudio, como uma clara “obstrução à Justiça”. “Se o Brasil estava assustado com a nomeação de Lula para fugir da Justiça de São Paulo e da federal de Curitiba, esse ato de Dilma é algo impensável na história da nossa República e só tem uma solução: Dilma renuncie pelo bem do Brasil”.
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Com palavras duras, o deputado Mendonça Filho (DEM) diz que o Brasil não pode continuar “refém” do PT e cobra a renúncia de Dilma. “O País assiste estarrecido a presidente Dilma participar de uma operação, arquitetada por Lula, para obstruir o trabalho da Justiça.
Lula tem de ser preso.
E a presidente, se tiver um mínimo de dignidade, renuncia para estancar essa crise”, defendeu Mendonça.
Para ele, a presidente desrespeita as instituições, como Supremo e o Congresso.
Para o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), que já integrou o governo da presidente Dilma como ministro em 2011, o ambiente político está amplamente desfavorável e a tramitação do impeachment ganha velocidade.