Após participar nesta quinta-feira (17) da posse do ex-presidente Lula como ministro-chefe da Casa Civil no Palácio do Planalto, o líder do Governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), foi à tribuna do Parlamento para criticar a divulgação de grampos telefônicos “ilegais” feita pela Justiça Federal do Paraná e também para chamar a atenção do que chamou de “avanço lamentável do fascismo no país”.

Humberto Costa declarou que a atitude do juiz paranaense Sérgio Moro é ilegal, típica de quem não aceita o jogo democrático e desrespeita a Constituição Federal.

Segundo o parlamentar, é preciso que órgãos de controle e o Congresso Nacional tomem posição clara sobre o ocorrido.

Muito ao contrário do que disse Costa, Celso de Mello, decano do STF, está neste momento dando uma resposta pública ao ex-ministro Lula, em audiência pública no STF.

O ex-presidente disse que estava a corte acovardada, pela operação Lava Jato.

No STJ, outro magistrado também respondeu de forma dura ao que Lula diz nas escutas legais. “O que aconteceu ontem não é um atentado apenas contra Lula ou contra Dilma.

Foi um atentado à democracia e à Constituição de alguém que, deliberadamente, quer convulsionar o país - com outros mais”, declarou.

Para o senador, ontem se deu o clímax dessa “tentativa golpista” de derrubar uma presidente legitimamente eleita, quando o juiz Sergio Moro “extrapolou todas as suas prerrogativas com a divulgação de grampos ilegais”.

O parlamentar disse que, com base na legislação brasileira, as conversas registradas entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula teriam a obrigação de serem encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Não há limites para essa tentativa fascista de tirar o Governo a qualquer custo”, afirmou.

Ele ainda questionou a legalidade da operação relacionada aos grampos citando a cronologia dos fatos. “De acordo com as informações oficiais divulgadas pelos órgãos envolvidos na Operação Lava Jato, por volta de 12h, o juiz Moro mandou suspender o grampo usado contra Lula, tendo comunicado, inclusive, à Polícia Federal (PF) por telefone. Às 13h30, ou seja, uma hora e meia depois da determinação de suspensão do grampo, a PF registrou a conversa de Lula e Dilma. Às 15h, a Polícia Federal encaminhou o registro do diálogo à Justiça do Paraná, Moro mandou degravar, juntou-o aos autos do processo e levantou o sigilo”. “No caso da presidente da República, o que preconiza a lei é que os áudios sejam, inclusive, deletados.

Mas não.

O material foi especialmente encaminhado a uma empresa de comunicação com claro objetivo de provocar convulsão social no Brasil”, disparou.

Oposição “Todo mundo sabe que, desde a derrota nas urnas em 2014, a oposição, associada a segmentos importantes da mídia e integrantes de poderes e instituições de fiscalização, trabalha diuturnamente para derrubar um governo eleito de forma legítima”.

O líder do Governo também falou sobre o que acha ser “avanço do fascismo em todo o país”.

Ele lembrou que sedes do PT, do PCdoB e da União Nacional dos Estudantes (UNE) foram atacadas nas últimas semanas, mas é incapaz de lembrar jornais e jornalistas atacados pelo MST, pelo Brasi. “A violência está em alta escala e isso é a típica prática do fascismo.

Em Brasília, no último domingo, vimos aclamado o deputado Jair Bolsonaro, principal porta-voz da extrema direita”.

Humberto convocou todos os militantes do PT para irem às ruas nesta sexta-feira, em que estão agendadas manifestações em defesa da democracia, de forma pacífica e tranquila. “Não pensem os contrários ao PT que vão passar o trator por cima de nós.

Lutamos muito por esse projeto há muito tempo e vamos até o final”, concluiu.