O coordenador do Vem Pra Rua no Recife, Gustavo Gesteira, disse, neste sábado, que espera um grande público, nas manifestações programadas para a Avenida Boa Viagem, neste domingo.
Os manifestantes não divulgaram expectativa de público, mas observaram que aguardam muita gente considerando a boa receptividade que dizem ter recebido, durante esta manhã, ao percorrem o bairro e a orla.
A manifestação acontece a partir das 10h, no bairro de Boa Viagem. “185 mil pessoas foram convidadas pelo facebook aqui no Recife.
Isto é seis vezes mais do que se teve de adesão na última manifestação” disse Gustavo Gesteira. “Esperamos um número bem maior de pessoas.
Por isso a escolha da avenida Boa Viagem.
Acredito que as pessoas irão de forma pacífica às ruas defender o ‘fora Dilma’, ‘Fora Cunha’ e ‘Lula nunca mais’ para que haja mudança de verdade no Brasil”, declarou.
Com receio de algum tumulto com partidário do governo Dilma, o movimento procurou a PM, na sexta-feira, para pedir segurança, inclusive coma tropa de choque.
A Polícia Militar de Pernambuco montou um esquema especial para reforçar a segurança no local.
A corporação vai dispor de 150 policiais, sob responsabilidade do 19º BPM, tanto ao longo da avenida, bem como nos entornos e paradas de ônibus.
O policiamento será feito a pé, em viaturas e motos, além do serviço de inteligência.
Toda a operação policial será monitorada por oficiais da corporação, por meio de câmeras de segurança no Centro Integrado de Controle e Comando Regional.
A OAB também entrou na parada.
A entidade diz que o objetivo é garantir a liberdade e o direito dos cidadãos.
A OAB estará funcionando em esquema de plantão durante o dia, na sede da instituição.
A OAB-PE disse que estará atenta as manifestações organizados em todo o país e que trabalha com “expectativa de grande adesão popular”. “Nosso partido é a democracia”, disse o vice-presidente da OAB-PE, Leonardo Accioly, ao ressaltar que o trabalho da instituição será o de garantir o direito à livre manifestação pacífica de qualquer pessoa.
Provocações na véspera Neste sábado, pelas redes sociais, o clima de animosidade esteve em alta.
Os partidários do ex-presidente Lula e da presidente Lula reagiram com ira ao chamamento das oposições, para o ato deste domingo, pelo Brasil.
A #marchadoscorruptos chegou a ser tendência no Recife e no Brasil chegou ao topo das mais retuitadas.
Também neste sábado, em entrevista ao comunicador Wagner Gomes, durante a “Super Manhã” deste sábado (12), a vice-presidente do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco, a deputada estadual Teresa Leitão, defendeu o governo Dilma e disse que o protesto deste domingo (13) tem caráter claramente oposicionista justamente por ser convocado por líderes de partidos que sempre foram contrários aos governos do PT. “Aécio Neves foi governo?
Mendonça Filho?
Não.
Eles estão reunindo as pessoas para derrubar o governo da presidente Dilma. É uma estratégia golpista”, declarou.
Ainda sobre os protestos de domingo contra Dilma e Lula, a petista afirmou que partidos de esquerda não vão às ruas para evitar confrontos.
Ela declarou que a direita “quer um cadáver” e que é preciso ter muita cautela.
Contudo, partidos de esquerda e “movimentos sociais” prometem fazer um evento cultural e contra a oposião no Marco Zero do Recife.
Os organizadores dizem que o ato apoia à Lava Jato, à Polícia Federal e ao juiz Sergio Moro e ocorre em defesa também do Ministério Público e a Polícia Federal, apontadas “como realizando um trabalho intenso para se chegar à Justiça e à verdade sobre o que aconteceu com o país na última década – e diante de indícios de tentativas claras de golpe a essas instituições, é fundamental que a sociedade saia em sua defesa”.
Será a primeira vez que os políticos tomarão parte dos atos, com atuação mais destacada.
Os tucanos confirmaram presença em massa, depois de terem sido convocados pelo senador Aécio Neves.
O deputado federal tucano Daniel Coelho, um dos pré-candidatos a prefeito do Recife, chegou a gravar chamada ao lado do movimento.
Atuante no cenário nacional, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), coordenador do comitê pró-impeachment, não vai aparecer.
Ele estará fora da cidade.
Ao lado de lideranças do Democratas, como o presidente da legenda, senador José Agripino (RN), os líderes da bancada na Câmara e no Senado, deputado Pauderney Avelino (AM) e Ronaldo Caiado (GO) e parlamentares do PSDB e SDD estarão reunidos, em São Paulo, para participar da manifestação deste domingo, 13, na Avenida Paulista.
O ponto de encontro será no hotel Maksoud Plaza, às 14h30.
O prefeito Geraldo Júlio, bem como o governador Paulo Câmara, não deve comparecer, apesar de o PSB ter anunciado, neste semana que passou, que rumou para a oposição.
Quem também confirmou presença foi o advogado e escritor Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos e um dos pré-candidatos a prefeito de Olinda, pelo PSB.
Ele informou que estará “como cidadão” participando das manifestações pró-impeachment neste domingo. “Os brasileiros , sejam estudantes, empresários, artistas, trabalhadores, não podem se esquivar de participar da vida nacional nesse momento de grave crise com consequências na vida de todos nós.
A mobilização dos brasileiros em ir às ruas no próximo domingo é fundamental para que as mudanças necessárias realmente aconteçam, sendo o povo o protagonista de sua história”. “Aprendi com o meu avô, Miguel Arraes, que quando o cerco ou a situação for difícil, vá para perto e ouça o povo, que é a grande força matriz desse país”, afirma.
Repetindo o slogan “Nunca desistiremos do Brasil”, usado pelo irmão na campanha presidencial de 2014, o advogado, defende que a melhor alternativa para o Brasil, nesse momento, seria fazer um governo de transição, sem Dilma, com eleições para presidente conjuntamente para prefeito, em outubro. “O que está acontecendo com o Brasil, o meu irmão Eduardo Campos já anunciava quando candidato à presidência, resistindo contra tudo isso e buscando uma alternativa para evitar essa grave crise, que tem um viés político fundamental.
Estava ao lado dele nessa luta.
Tivemos muitas dificuldades, ameaças, mas nunca perdemos a fé, a coragem e a esperança no Brasil, próprios de quem combate o bom combate.
Resistimos.”, afirmo, antes de frisar que Dilma mentiu. “Após sua prematura morte, fui um dos primeiros a defender a candidatura de Marina Silva, naquele momento, para o enfrentamento contra as forças que atualmente governam o Brasil e que nos levaram a uma grave crise.
Apoiei no 2º turno a candidatura de enfrentamento a Dilma, que mentiu sobre a real situação do Brasil.
Contudo, não é só necessário o impeachment de Dilma, mas criar uma agenda mínima nacional, que una os brasileiros para enfrentar esse grave crise, dando um rumo ao país”.
O tucanos de Pernambuco intensificaram, ao longo da semana, o chamamento aos pernambucanos para comparecerem às manifestações de forma pacífica. “Vamos às ruas pedir o fim da corrupção que se instalou nos governos do PT.
Vista as cores da nossa bandeira e leve o seu grito de protesto!”, convidou o presidente do PSDB-PE, deputado estadual Antônio Moraes. “O governo que aí está não mais responde aos anseios da população pois nos levou à mais grave crise de toda a história brasileira.
Vamos às ruas em defesa do nosso país e pelo resgate da ética, da moralidade e da eficiência nas gestões públicas”, defendeu André Régis, presidente do PSDB no Recife.
De acordo com os organizadores, a participação dos políticos é uma cobrança aos políticos da oposição “Os movimentos democráticos de rua podem fazer muito – e vem fazendo – mas são os políticos que precisam colocar em votação as demandas da população.
Precisamos cobrá-los permanentemente, neste momento de crise, para recolocar o país em um crescimento virtuoso”, diz Gustavo Gesteira.
O Movimento Vem Pra Rua, ao lado de outros movimentos democráticos, contabilizou em cerca de 400 cidades de todo o Brasil, mais de 3 milhões de pessoas em manifestações nacionais nos dias 15 de março, 12 de abril, 16 de agosto e 13 de dezembro de 2015.