A convenção do PMDB, neste sábado, em Brasília, aprovou, em plenário, a proposta de recusa de novos cargos no governo federal.
Significa que nenhum peemedebista filiado ao Partido poderá aceitar nomeação para qualquer cargo federal nos próximos 30 dias.
A decisão afeta diretamente a Secretaria de Aviação Civil, que foi administrada por Eliseu Padilha até dezembro de 2015, e poderia ser assumida, nos próximos dias, conforme anunciado, pelo deputado federal Mauro Lopes (MG).
O PMDB de Minas acatou a decisão do plenário.
O presidente da FUG, Moreira Franco (RJ), avaliou que a decisão de dar prazo de 30 dias para que o Partido prepare a sua saída do governo federal “é importante para pacificar e unir o Partido”.
Segundo ele, “o PMDB está tentando unificar o país, mas, primeiro, tem que pacificar e unir-se internamente”.
A discussão dos convencionais nesta manhã se polarizou em torno da decisão que poderá ser tomada, de permanência ou saía do PMDB do governo Federal.
Representantes dos diretórios de vários estados, como Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, entre outros, discursaram em defesa da saída do PMDB do governo com a entrega dos cargos.
O Partido administra sete ministérios, além de possuir dirigentes de várias órgãos públicos e estatais.
A principal discussão é sobre quando a saída aconteceria, se de imediato ou se num prazo de 30 dias.
No documento intitulado Carta de Brasília, vários deputados federais e estaduais apresentaram a proposta de saída imediata para que o PMDB “recupere o protagonismo político e lute por um novo pacto federativo, além de redução da máquina pública para a retomada do desenvolvimento econômico e social para todos os brasileiros”.
O presidente do PMDB da Bahia, Gedel Vieira Lima, defendeu que a saída seja planejada.
Ele disse que o Partido deve trabalhar, num prazo de 30 dias, para organizar a sua saída do governo com a entrega dos ministérios e dos cargos de confiança.
O deputado federal Osmar Terra (RS) também defendeu o prazo de 30 dias para que os ministros entreguem os cargos.
Já os deputados Osmar Serraglio (PR), Alceu Moreira (RS), Darcísio Perondi (RS), Carlos Marum (MS), Valdir Colatto (SC), entre outros, se posicionaram favoráveis ao rompimento imediato do PMDB com o governo federal.
No auditório, praticamente todos os integrantes dos núcleos do do PMDB – Sindical, Afro, Mulher e a Juventude – manifestam apoio ao rompimento imediato do Partido com o governo. “Saída já”, manifestam os peemedebistas.
O presidente do PMDB de Santa Catarina, deputado federal Mauro Mariani (SC), disse que recebeu moções dos núcleos peemedebistas da Juventude e da Mulher em defesa da saída imediata do Partido.
Ele defendeu o rompimento e repudiou a proposta de prazo de 30 dias para entrega dos cargos.
Nenhum cargo Eliseu Padilha esclareceu que foi decidido que os 30 dias serão para que o Partido responda as moções apresentadas.
O deputado Federal Ronaldo Benedet (SC) sugeriu que, nesse período, nenhum peemedebista assuma cargo no governo federal.
Atualmente, o cargo de ministro da Aviação Civil, destinado ao PMDB, está vago com a saída de Padilha em dezembro de 2015.