Mesmo fazendo parte da bancada da oposição, o deputado federal Raul Jungmann, vice-líder da Minoria, acredita que o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Ministério Público de São Paulo é frágil. “O pedido apresenta uma “série de citações políticas, extrapolando a matéria jurídica”.

O parlamentar ainda destaca que a atitude ocorre em um momento ruim, às vésperas de uma manifestação contra o governo petista. “Não quero dizer que no mérito não há indícios para prender o ex-presidente, mas a motivação é frágil.

Normalmente, o cidadão é preso preventivamente quando está obstruindo a Justiça, destruindo provas, fazendo ameaça à ordem pública ou corre risco de se evadir, de fugir.

Esses são alguns exemplos de motivos.

E eu não vejo, honestamente, Lula em nenhuma dessas situações”, disse o deputado do PPS.

O deputado participará da manifestação deste domingo em São Paulo, porque faz parte da organização do movimento, juntamente com membros da sociedade civil.

O pós-comunista, porém, ainda estuda a possibilidade de compatibilizar a agenda para caminhar no protesto que ocorrerá também no Recife.

Raul Jungmann lembra que sua opinião não é isolada. “É quase unanimidade em Brasília que o Ministério Público não mostrou elementos para o pedido de prisão, com razões robustas.

Todos nós enxergamos essa investida com cautela.

Não é hora de provocações, uma vez que isso pode virar uma radicalização, com milhares de pessoas nas ruas.

A oposição não gostou, independente se é Lula, se fosse uma do governo ou da oposição.

Se tem razões para ir preso, não tem nenhum problema.

Neste caso, não encontramos consistência, por isso não apoiamos o pedido”, argumentou.