Para Eduardo Cunha, o jantar “foi um gesto de bancada”.
Foto: Alex Ferreira/ Câmara dos Deputados Da ABr - A dois dias da convenção nacional do PMDB, marcada para o próximo sábado, em Brasília, parlamentares tentaram nesta quinta (10) minimizar rumores sobre uma aproximação do partido com o PSDB.
Um jantar na noite de ontem (9) reuniu, na capital, senadores das duas legendas e incitou boatos de uma aliança que poderia enfraquecer a base aliada no Congresso.
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Legislativamente, estamos sempre convivendo.
Não foi um gesto partidário.
Foi um gesto de bancada [do Senado]”, afirmou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi o precursor da divisão dentro do partido quando anunciou, no fim do primeiro semestre de 2015, o rompimento pessoal com o Palácio do Planalto.
O impasse dentro do PMDB cresceu ainda mais após acusações, por parte da ala insatisfeita, de que o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), estava priorizando as recomendações vindas do Palácio, em detrimento da posição da maioria da bancada. » PSDB e PMDB selam reaproximação para ‘buscar uma solução para o País’ Apesar do tom cauteloso, Cunha disse que é momento de o PMDB se definir.
Ele defendeu que, se não houver acordo, os correligionários tenham direito a escolher, por voto, os rumos que o partido deve tomar. “Na minha opinião tem de votar.
Estamos num momento em que o PMDB tem de discutir na convenção sua manutenção ou não no governo, que tipo de relação quer ter.
Não dá para virar as costas como se não estivesse acontecendo nada.
O PMDB está dividido.
Uma parte não quer ficar no governo, a outra quer se manter no governo.
Tem de discutir o assuno.
Não podemos fazer uma convenção e fingir que o problema não existe”, acrescentou Eduardo Cunha. » Lula chega à residência oficial de Renan para encontro com senadores do PMDB Vice-líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS) informou que vê com normalidade o encontro das duas legendas.
Segundo ele, todo diálogo para ajudar o país a superar o momento de crise é bem-vindo. “O Congresso é o espaço do diálogo, da concertação.
Nunca nos negamos a dialogar com nenhum partido da base ou na tentativa de encontrar pautas do interesse do país.
Tudo o que queremos é o ambiente de normalidade democrática.” Para Pimenta, não há indícios de que a aproximação dos dois partidos signifique uma estratégia para fortalecer o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso.
Assegurando que o PMDB está “integrado” com o governo, o vice-líder petista negou que haja uma “estratégia golpista”. “Até porque todos sabemos que não existem elementos que justifiquem o pedido de impeachment iniciado pelo presidente Eduardo Cunha com a clara intenção de transformar a pauta do Parlamento em uma estratégia de defesa dos processos que ele responde”, destacou Pimenta.