A quatro dias dos protestos previstos contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, o líder do Governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), conclamou a militância do PT e os demais apoiadores do Governo Federal a não saírem às ruas no próximo domingo para se manifestarem.
Em discurso no plenário do Senado nesta quarta-feira (9), o parlamentar afirmou que não é interesse do Governo e do partido que haja violência e incitação ao ódio. “Parte da mídia e da oposição quer confronto no próximo domingo.
Eles querem um cadáver para encontrar mais argumentos para sua retórica destrutiva.
Porém, não daremos esse cadáver a eles”, disse. “É importante que as forças de esquerda e entidades da sociedade civil não aceitem qualquer provocação”.
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Militares já avisaram que estão à disposição para garantir ordem nas ruas > Daniel Coelho já está nas ruas convocando população para ato contra Dilma > Raul Jungmann convoca militantes para manifestações em cidades brasileiras > Movimento Vem Pra Rua e Estado de Direito convocam para manifestação no próximo domingo Costa reiterou a posição do presidente do PT, Rui Falcão, que pediu para que a população a favor da presidenta não se manifeste no domingo. “Temos os dias 18 e 31 de março para fazê-lo.
Não vamos dar a eles, que pregam a violência e o ódio, pretextos para nos acusarem”, disparou.
Segundo Humberto Costa, a presidente, que apresenta-se como detentora de uma história marcada por lutas em favor da democracia e das liberdades, seria vítima agora de violência política, carreada por aqueles que não aceitam a sua incontestável vitória nas urnas pelo voto popular e pretendem derrubá-la na marra. “Essa violência política praticada contra Dilma não serve ao país nem ilustra a nossa democracia.
A estatura política da oposição pode emergir das urnas em outubro e não do tapetão por meio do qual quer apear uma mulher legitimamente eleita e contra a qual não pesa qualquer acusação que lhe macule a honra”, disse. “Dilma, que já foi presa covardemente pelo Estado e torturada pelos agentes estatais no período da ditadura militar, não merece esse tipo de violência política a que vem sendo submetida”.
O parlamentar afirmou que, seja por conveniência política, seja por puro preconceito à sua condição de mulher, essa conduta de agressão por parte dos seus opositores – muitas vezes permeadas por palavras de baixo calão, que reduzem e humilham a própria condição feminina – não pode ter mais vez neste país. “É uma campanha engendrada em várias frentes – política, jurídica, midiática – sem se atentar para o fato de que se está vitimando o país com essa crise alimentada diuturnamente por gente interessada nas satisfações de seus caprichos eleitorais”, disse.