Por Giovanni Sandes, da coluna Pinga-Fogo A rescisão do contrato da Arena Pernambuco na última sexta não foi estratégia política do Estado e sim jurídica.

O potencial do caso é grande, um dos maiores a passarem pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Além da lista de 21 irregularidades, há a lista política, a das 30 autoridades públicas que foram notificadas, no mínimo na condição de “interessados”, como o prefeito Geraldo Julio (PSB), que busca a reeleição, e o governador Paulo Câmara (PSB).

A Polícia Federal vem pedindo cópias da papelada ao TCE. É como se tivéssemos uma versão das pedaladas fiscais do governo Dilma Rousseff (PT), que colocou sob risco de responsabilização 17 autoridades federais, a começar pelo atual ministro da Fazenda, Nelson Barbosa: a lista daqui inclui autoridades de peso do governo estadual e do PSB.

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Aqui a fase é de ouvir todos.

Geraldo, ex-secretário de Planejamento, presidiu o Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas, o órgão que avaliou e autorizou o lançamento do edital de licitação da Arena.

Paulo era vice.

Todo o comitê da época foi ou será notificado.

Vale dizer, inclusive, que a gestão da Arena, nos governos do PSB, envolveu tudo o que é área.

O contrato foi de várias secretarias, de Governo a Planejamento, e até assunto do vice-governador Raul Henry (PMDB).

Daí que mesmo o TCE não tendo julgado o relatório, que é pela rescisão, Paulo foi notificado.

Então se adiantou e anunciou o rompimento. É juridicamente tentar “sanear” o problema antes do julgamento.

A questão é que o estudo da Fundação Getúlio Vargas dá embasamento formal.

Mas real questão vem do TCE, com a PF de olho no caso desde a Operação Fair Play.