Ex-presidente Lula em entrevista no Diretório Nacional do PT em São Paulo, após prestar depoimento à Polícia Federal no âmbito da 24ª fase da Operação Lava JatoReprodução TV Brasil/TVT O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da Operação Aletheia, deflagrada na manhã desta sexta-feira (4), fez um pronunciamento na sede do PT, em São Paulo.
No pronunciamento, Lula falou sobre as acusações que vem sofrendo e disse que o que aconteceu era “o que precisava acontecer para o PT levantar a cabeça”. “A minha indignação é pelo fato de 6 horas da manhã terem chegado na minha casa, vários delegados, aliás, muito gentis, não sei se são sempre assim, mas muito gentis, pedindo desculpas, que estavam cumprindo uma decisão judicial e a decisão era do juiz Moro”, declarou Lula. “A minha bronca é com o MP Estadual [Ministério Público Estadual].
Não precisaria levar uma coerção à minha casa, dos meus filhos.
Não precisava, era só ter me comunicado”, acrescentou o ex-presidente.
No discurso, o ex-presidente criticou a imprensa pelo que considera um “espetáculo midiático” e disse que “hoje quem condena as pessoas são as manchetes”. “Eu me senti ultrajado, como se fosse prisioneiro, apesar do tratamento cortês do delegado da Polícia Federal.
Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo.
A jararaca tá viva, como sempre esteve”, afirmou. “Eu me senti prisioneiro hoje.
Eu, sinceramente, já passei por muita coisa na minha vida, não sou homem de guardar ressentimento, guardar mágoa, mas não pode continuar assim.” Para a Procuradoria, “há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras por meio da destinação e reforma de um apartamento tríplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por transportadora.
Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras. “Eu acho que eu merecia um pouco mais de respeito neste País.”