O líder do Governo na Assembleia Legislativa, Waldemar Borges, rebateu as acusações do deputado Silvio Costa Filho sobre o débito do Estado com o Real Hospital Português.

O parlamentar adiantou que já aconteceu uma reunião entre a Secretaria de Saúde e os diretores da unidade e que R$ 4 milhões já foram pagos. “A dívida restante foi repactuada”, adiantou na reunião plenária de ontem (02).

Borges lembrou que esse quadro de aperto financeiro está diretamente vinculado ao subfinanciamento na área da saúde.

Nos últimos anos, há uma nítida tendência de redução da participação do Governo Federal nos gastos com o setor.

LEIA MAIS: » Silvio Costa Filho cobra solução para débito do Estado com o Hospital Português “Por mais que a oposição queira tratar Pernambuco como se fosse uma ilha, como se nossos impostos não fossem levados para Brasília, se queremos tratar desse problema com responsabilidade, com um olhar de quem quer resolver e ajudar na solução, temos que entender que a raiz dele não está aqui em Pernambuco.

Aqui gastamos mais do que a somos obrigados a fazer", disse.

De acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), entre 1980 e 1990, a União era responsável por mais de 70% do gasto público com saúde.

Em 2000, essa participação estava em torno de 58,6%, e hoje caiu para menos de 40%. “Com isso, a participação dos estados e dos municípios – que têm a menor participação na divisão do bolo dos impostos, sofreu um crescimento insuportável aos seus cofres, praticamente inviabilizando o financiamento do sistema de saúde pública do país”, completou.

E, para agravar ainda mais a situação, este ano, pela primeira vez, nas últimas décadas, o orçamento do Ministério da Saúde será menor que o do ano anterior, com uma redução de cerca de R$ 10 bilhões.

E, como se isso não bastasse, ainda há uma defasagem absurda na tabela do SUS, além de um atraso sistemático dos parcos recursos que o Governo Federal deve repassar para Estado. “Atualmente, o valor pago pelo Governo Federal para a saúde é insuficiente para garantir minimamente essa contratação e, para não comprometer o atendimento aos pernambucanos, o Estado é obrigado a financiar, com recursos do próprio Tesouro Estadual, uma contrapartida a essas unidades, que em alguns casos, chega a mais que o dobro do que é gasto pela tabela SUS – há quase uma década defasada”.