Por Paulo Farias do Monte, em artigo enviado ao Blog Havia um tempo em que a Escola Pública possuía qualidade incontestável.

Para se ter uma ideia, estudar no Tradicional Ginásio Pernambuco, na Rua da Autora, era privilégio de poucos.

Seus alunos eram pertencentes às famílias tradicionais.

As escolas públicas foram se degradando e os ricos colocaram seus filhos nas escolas particulares e nos grandes cursinhos pré-vestibulares.

Estudar no União Colégio e Curso era sinônimo de ingresso certo na Universidade Pública e Gratuita, privilégio de poucos abastados.

As escolas públicas do ensino médio se degradaram.

Sua qualidade chegou a níveis inaceitáveis.

Os ricos correram e tiraram seus filhos delas.

Tentando democratizar o ensino e o ingresso dos menos favorecidos ao ensino superior gratuito, Governo e legisladores criaram mecanismos e leis, como a de cotas para negros e para alunos egressos da escola pública.

Tudo, no vão intuito de democratizar o ingresso nas universidades públicas.

O Governo Estadual passou a instituir as escolas de referências.

No complexo do Santos Dumond há várias dessas escolas.

Pobres matriculados?

Quase nenhum.

Nessas Escolas estão matriculados os filhos da classe média recifense e pernambucana.

A astúcia dos Pais: matriculados no ensino médio numa escola pública, seus filhos disputarão vagas em medicina e direito, na Universidade Federal de Pernambuco e na UPE, utilizando-se dos critérios de cotas para o ingresso.

Esses jovens estão matriculados nestas escolas, que seriam destinadas aos alunos pobres e à tarde, estão matriculados nos melhores cursos particulares, de matérias isoladas.

Esses cursos são caríssimos.

Basta fazer uma simples pesquisa nos ingressos nos cursos de medicina e direito das Universidades Federal e UPE para descobrir que a esmagadora maioria dos universitários desses cursos são oriundos da escola gratuita no ensino médio.

Pasmem!

Mas, essa é uma burla.

Um jeitinho brasileiro que a nossa classe média descobriu para mais uma vez se aproveitar das benesses do governo e sobrepujar-se aos mais pobres.

Não é crível que os governos ainda não tenha percebido essa fraude.

Essa enganação chamada sistema de cotas. É lamentável, mas tais artimanhas, esses “jeitinhos”, só fazem a gente crer que o nosso País não tem jeito não porque a classe política é corrupta, mas sim por termos uma sociedade putrefata. É lamentável, mas assim é o Brasil.

Assim, é o Povo Brasileiro.