pacote de processos julgados pelo juiz Sérgio Moro, estão em grau de recurso no TRF-4 e podem ser julgados ainda este ano.
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil Estadão Conteúdo - A defesa do publicitário João Santana e de sua mulher e sócia Monica Moura pediu ao juiz federal Sérgio Moro revogação da prisão temporária do casal.
Eles foram presos quarta-feira, 24, na Operação Acarajé, 23ª fase da Lava Jato.
Na sexta, 26, Moro prorrogou a temporária por mais cinco dias, prazo que vence na quinta-feira, 3.
Em petição de cinco páginas, protocolada nesta quarta-feira, 2, na Justiça Federal do Paraná, os criminalistas Fábio Tofic Simantob e Débora Gonçalves Perez apontam dez motivos ‘que exigem a imediata colocação em liberdade’ de Santana e Monica. “Eles fogem completamente ao perfil de investigados na Operação Lava Jato.
Não são nem nunca foram funcionários públicos, não têm nem nunca tiveram contratos com o poder público, não são nem nunca foram operadores de propina ou lobistas.” “São empresários de renome do marketing político brasileiro e internacional, e, se cometeram algum pecado, foi o de receber recursos lícitos, fruto de trabalho honesto, em conta não declarada no exterior, crime que, nem mesmo neste egrégio Juízo, costuma sujeitar o réu ao cumprimento de prisão antecipada”, argumentam os defensores.
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O primeiro motivo citado pela defesa reside nesse ponto. “O único delito que pode, em tese, lhes ser imputado é o de não declararem conta no exterior.” A defesa vai adiante, seguindo uma linha de raciocínio objetiva quando aborda a suspeita da Polícia Federal de que Santana e Monica receberam valores em conta no exterior por trabalho realizado em campanhas eleitorais no Brasil. “Mesmo na remota hipótese de ser verdadeira a linha investigativa a imputação do crime de lavagem de dinheiro não prescindiria da prova de que sabiam ou teriam como conhecer a suposta origem espúria desses valores.” Os advogados destacam que a versão apresentada pelos marqueteiros ‘pode até não ter agradado os investigadores - e neste país versão de defesa não serve para isto - mas daí a dizer que suas prisões são necessárias do ponto de vista cautelar, há um longo caminho’.