As Centrais Sindicais voltam hoje (1º) à avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra os juros altos.

O ato na Capital paulista começou de manhã, em frente ao Banco Central.

Para o ato desta terça (1º), a Força Sindical preparou um protesto inusitado: vai distribuir bananas na avenida Paulista.

O secretário-geral da Central, João Carlos Gonçalves (Juruna) diz: “Aumentar os juros é dar uma ‘banana’ ao emprego.

Essa será uma forma de chamar a atenção da população, pois essas medidas do governo afetam diretamente a vida do trabalhador”.

Nesta terça e quarta (2), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para definir a Selic.

O índice vai ser divulgado quarta.

A taxa básica está em 14,25%.

O protesto, organizado pela Força Sindical, UGT, Nova Central e CGTB, deve ter a presença das demais Centrais e são esperadas manifestações também em outras cidades do País.

A projeção de instituições financeiras reveladas pelo boletim Focus, divulgado ontem (29) pelo Banco Cental, é que não haja alteração na Selic (taxa básica) nesta reunião.

Porém, as Centrais insistem que manter os juros no patamar atual é sinônimo de mais desemprego.

Ricardo Patah, presidente da UGT, defende que só aumento da oferta de empregos poderá evitar que o Brasil “mergulhe numa crise ainda mais profunda que a atual”. “Nós precisamos resgatar o maior patrimônio do País, que é o emprego.

Em 2015, o PIB caiu 4%.

Nesse ano deve cair ainda mais, o que diminui a oferta de empregos.

Isso é muito preocupante”.

O dirigente ugetista disse que a manifestação desta manhã tem ainda o papel de alertar a sociedade que todos devem entrar no debate sobre a taxa de juros, que são determinantes na retomada do crescimento econômico.

Para o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira), a devastação da economia e da indústria já configura “um quadro dantesco”. “Para recuperar os empregos é urgente investir na indústria.

País sem indústria forte não é soberano”, acrescenta.

Ele argumenta que “manter a Selic do jeito que está, é continuar drenando dinheiro nacional para engordar a especulação internacional”.