Presidente do conselho, José Carlos Araújo, não gostou das palavras do deputado Vinícius Gurgel.
Foto: Lula Marques/Agência PT Em mais uma sessão em que não se votou o relatório que pede a admissibilidade da denúncia de quebra de decoro contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Conselho de Ética produziu mais falas de efeito.
Em uma confusão – das várias durante a reunião dessa terça-feira (23) - sobre quem podia ou não falar, um aliado de Eduardo Cunha surpreendeu com sua afirmação. “Isso aqui é uma fachada de igreja e fundo de cabaré. É uma suruba isso aqui”, diz o deputado Vinícius Gurgel (PR-AP).
O deputado provocou risos de alguns colegas, mas a indignação do presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), ao interferir em um debate sobre o direito de fala.
Ele referia-se à quantidade de partidos o que resulta em muitas lideranças com possibilidade de tempo de pronunciamento.
Apesar do riso de alguns, Araújo não gostou da atitude. “Estamos no Parlamento.
Espero que as palavras usadas aqui sejam condizentes (…) No dicionário político não tem essa palavra”, afirmou o presidente do Conselho, que ainda pediu que expressão fosse retirada do registro da reunião.
A sessão durou cinco horas, mas foi interrompida, conforme manda o regimento, quando Cunha iniciou os trabalhos no plenário da Câmara.
O conselho foi surpreendido com mais uma troca de deputados.
Eduardo Cunha conta agora com dez dos 21 votos do conselho.
O colegiado foi convocado novamente nesta quarta-feira (24).
Os aliados de Cunha também apresentaram um relatório paralelo pedindo o arquivamento do processo.
O presidente da Câmara é acusado de mentir na CPI da Petrobras em denúncia apresentada há mais de quatro meses.