Da Agência O Globo O dono da empreiteira OAS, José Adelmário Pinheiro, mais conhecido como “Léo Pinheiro”, e o funcionário da empresa, Paulo Gordilho, trocaram mensagens por telefone sobre as reformas no tríplex do Guarujá e no sítio de Atibaia, dois imóveis relacionados ao ex-presidente Lula que são investigados na Operação Lava Jato, segundo reportagem da revista “Veja” que será publicada neste fim de semana.
Uma das trocas de mensagem foi publicada pela revista na noite desta sexta, ao divulgar a capa da publicação.
De acordo com a “Veja”, na época da reforma do sítio, em 2010, Paulo Gordilho escreveu a Pinheiro: “O projeto da cozinha do chefe está pronto.
Se (puder) marcar com a Madame, pode ser a hora que quiser.
Pinheiro responde ao funcionário: “Amanhã, às 19hs.
Vou confirmar.
Seria bom também ver se o do Guarujá está pronto”.
Gordinho replica: “Guarujá também está pronto”.
Léo Pinheiro finaliza: “Em princípio, amanhã às 19h”.
LEIA TAMBÉM: > Lula grava participação para programa do PT, que terá tom de união nacional > Após encontro com Lula, Sílvio Costa diz que ex-presidente “é candidatísssimo em 2018” > No Recife, Jarbas diz que Lula não está acima da lei > Resenha Política debate crise de imagem de Lula e nomeação do filho de Eduardo no governo Paulo Câmara A troca de mensagens reforça a tese de que obras realizadas pela OAS no tríplex 164-A do edifício Solaris, no Guarujá (SP), e também no sítio de Atibaia, que pertence aos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, na verdade tinham como beneficiário final o ex-presidente Lula.
Procuradores que investigam o caso acreditam que a “madame” mencionada na troca de mensagens seria a mulher de Lula, Marisa Letícia.
O “chefe” seria Lula.
Depois que a reforma do imóvel do Guarujá veio à tona, o ex-presidente, que já havia pagado por boa parte de uma cota no edifício, desistiu de adquiri-lo.
Em depoimento ao Ministério Público, um gerente da loja Kitchens, especializada em itens de cozinha, afirmou que o diretor da OAS Paulo Gordilho foi pessoalmente encomendar e pagar os móveis da cozinha e da área de serviço do sítio em Atibaia.
Donos do sítio, Bittar e Jonas Suassuna são sócios de Fábio Luís, filho do ex-presidente Lula.
Em nota, o Instituto Lula confirma que Lula usava o espaço em momentos de lazer, mas afirma que “a tentativa de associá-lo a supostos atos ilícitos tem o objetivo mal disfarçado de macular a imagem do ex-presidente”.