Foto: Reprodução da internet Por Fernando Castilho, da coluna JC Negócios Aqui pra nós e o povo do PSB, o governador Paulo Câmara não vai organizar sua vida administrativa e política à frente do executivo de Pernambuco, a partir de agora, a partir das ações de João Campos.
Assim como o prefeito Geraldo Júlio não vai tomar nenhuma decisão estratégica relacionada a Planejamento Urbano ouvindo apenas a opinião de Maria Eduarda Andrade Lima Campos.
Apesar dos nomes dos cargos para que foram nomeados, nenhum dos dois está ali para cumprir o que diz o manual de atribuições dos referidos postos de trabalho.
Foram nomeados como indicados da mãe, a ex-primeira dama Renata Campos, e por uma deferência do governador e do prefeito para com seu mentor político, o falecido governador Eduardo Campos.
Nem poderiam.
Não têm idade nem experiência política e profissional para isso.
O que nos remete ao fato de que a responsabilidade do ato está mais nos que assinaram o ato no Diário Oficial no que nos dois jovens.
Dito de outra forma: o problema não é saber se João Campos e Maria Eduarda têm ou não capacidade para exercer ao pé da letra os seus novos cargos ou primeiros empregos.
A questão é por que Paulo Câmara e Geraldo Júlio assinaram os atos administrativos e deles até fizeram divulgação especial.
Porque o desafio dos dois meninos passa longe de se sairem bem ou mal nos cargos nomeados.
Paulo Câmara tem suporte de gente como Antônio Figueiras, Milton Coelho, Danilo Cabral, Tiago Norões.
Guilherme Uchoa e José Neto para saber o que fazer.
Da mesma forma que Geraldo Júlio ouvirá sempre Antônio Alexandre, Alexandre Rebelo e Fred Oliveira na hora de posicionar numa questão central sobre urbanismo.
O maior desafio dos dois jovens é provar ao longo de suas vidas que não são apenas os filhos mais velhos de Eduardo Campos. É esse não é um fardo leve.
Nada do que fizerem e onde estiverem não será alvo de comparações.
Onde estiverem haverá, automaticamente, a pergunta de que como o faria seu pai?
E o mais grave: os dois não terão a mão e indicação do Norte do seu maior ídolo.
Não será fácil e levarão anos para provarem que têm vida própria e querem construir seus destinos.
Ou como diria o poeta: o seu desafio não é caminhar, mas se fazer estrada.
O equívoco – não deles, mas dois seus chefes – foi de tentar queimar etapas.
Talvez por eles mesmos serem neófitos na arte da política de longo prazo.
Até porque os dois (Geraldo e Paulo) só viraram executivos com votos pelas mãos e força eleitoral de Eduardo Campos.
A bem da verdade, o desafio de ambos Geraldo (este ano) e Paulo, em 2018 – se decidir tentar se reelegerem – é provar que adquiram esqueleto político.
O que nos levaria a pensar que talvez fosse melhor trazer os dois para junto sem tanta exposição.
Mas vai dizer isso a Geraldo e Paulo?
Os dois ainda tem uma altíssima taxa de certeza de seus atos e movimentações políticas.
Por isso tudo, talvez seja injusto para com os dois novos servidores cobrar-lhe sucesso e depositar grandes expectativas de sucesso.
Na verdade, eles agora fazem parte de um ajuntamento político que enfrentará em outubro seu primeiro desafio de urnas.
E estão empenhando o seu futuro nesse bloco.
Até porque o povo pernambucano já pagou sua gratidão com Eduardo Campos a eleger Geraldo e Paulo.
A partir de agora, o futuro é por conta e risco dos que hoje fazem o PSB.
Então o problema não é que farão nos cargos, o problema para João Campos e Maria Eduarda é o nível de orientação política e aconselhamento com que poderão contar: Aos 16 anos, Eduardo Campos tomou a decisão de acompanhar o avô nas caminhadas pelo interior de Pernambuco onde desmanchava feira quando a notícia que “Pai Arraia” estava na cidade.
Esta foi sua escola.
Foi a partir de então que Eduardo Campos passou a ouvir (ainda calado) e aprender com as conversas de gente como Fernando Lyra, Jarbas Vasconcelos e Sérgio Guerra e, entre as baforadas e goles de uisque Johnnie Walker Black, repassar a lição com seu avô.
O que não se pode comparar com os futuros interlocutores de João Campos e Maria Eduarda.
O que só aumentar seus desafios para “se fazerem estrada”.