Foto: Soepe O Sindicato dos Odontologistas no Estado de Pernambuco (Soepe) realiza nesta quarta-feira (17), juntamente com outros sindicatos da área de saúde, uma assembleia como o objetivo sensibilizar o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, para a situação precária das condições de trabalho nas unidades de saúde da atenção básica, onde faltam equipamentos, insumos e medicamentos.
O movimento, programado para acontecer a partir das 9h em frente ao prédio da PCR (Bairro do Recife), também quer discutir a proposta de 0% de reajuste salarial, oferecida pelo atual governo aos servidores.
LEIA MAIS: » PCR diz que já explicou aos servidores que, na crise, não há dinheiro para aumento » Dentistas da PCR prometem paralisação nesta terça contra proposta de reajuste salarial Segundo o presidente do Soepe, professor Ailton Coelho, não é de hoje que a PCR vem sendo alertada pelos profissionais sobre a falta de insumos e medicamentos na atenção básica. ‘Prejudica o nosso trabalho e mais ainda a saúde da população, que depende dos serviços’, observa Ailton Coelho.
A assembleia, marcada para esta quarta-feira, vai contar com a adesão de categorias como dentistas, médicos, enfermeiros, farmacêuticos, agentes de saúde e técnicos das diversas áreas da saúde.
Ailton Coelho ressalta que a intenção do movimento é formar uma comissão para conversar com o prefeito Geraldo Júlio. “Queremos tentar resolver essa situação.
Se não houver solução, os servidores poderão decretar estado de greve, no próximo dia 22, com as demais categorias da PCR”, afirma Ailton. » No Recife, servidores municipais também ameaçam com greve » Servidores do Recife paralisam atividades na próxima segunda e ameaçam greve No final do mês passado, o Sindicato dos Farmacêuticos de Pernambuco divulgou uma carta à população denunciando o colapso na assistência farmacêutica do município. ‘Os usuários deixam de receber a maioria dos medicamentos, descontinuando seus tratamentos (hipertensão, diabetes, transtornos mentais, AIDS, tuberculose, hanseníase e outros)’, diz o texto.
A Unidade de Saúde da Família (USF) de Cafesopolis, na Imbiribeira, é um exemplo das dificuldades vivenciadas pelos profissionais e a população.
Fechada há mais de um ano para reforma, as obras estão paralisadas desde agosto de 2015. “Os servidores ficaram atendendo em uma sala de laboratório cedida pela Faculdade Universo, pelo período de um ano.
Com o vencimento do prazo, a sala foi entregue e o atendimento hoje é feito em sala de apoio da Academia de Saúde de Cafesopolis.
Um local improvisando, onde falta até rede de internet, dificultando os encaminhamentos dos casos mais graves”, relata a professora Roberta Souza, assessora do Soepe.
Compromissos Os dentistas também denunciam que a PCR não tem cumprindo os acordos das últimas negociações com a categoria, como o não pagamento do PMAQ (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica) a alguns profissionais, o não repasse de gratificação aos dentistas que aderiram ao PSF, não realização de avaliação por mérito para implantação do Plano de Cargos e Carreira, entre outras reivindicações.