O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi) realizou hoje (17), de manhã, ato em frente ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social, em Brasília.
Foi um protesto contra a reforma da previdência em estudo no governo federal e para exigir dignidade e respeito à categoria.
O ato foi um desdobramento da manifestação-desfile que parou a avenida Paulista, em 21 de janeiro, com samba-enredo e ritmistas.
De acordo com o presidente do Sindnapi, Carlos Ortiz, o carnaval acabou, “mas as pessoas continuam sambando para se aposentar e sobreviver".
O carnaval de protesto dos aposentados acontecer no dia em que o Conselho Nacional de Previdência Social estará reunido, a fim de debater mudanças que podem alterar completamente o sistema previdenciário do País.
Eles temem que a consequência pode ser restrição de direitos a quem se aposentar.
Para João Inocentini, presidente licenciado do Sindicato, o governo coloca a reforma da Previdência como solução para um suposto desequilíbrio nas contas, para “desviar a atenção da sociedade para erros que cometeram”. “O governo quer que o trabalhador pague a conta, mais uma vez, para desviar o dinheiro a outras finalidades”, disse à Agência Sindical.
Centrais sindicais As centrais sindicais também estão bombardeando e disseram ser errado levar, nesta quarta (17), ao Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, a proposta de reforma da Previdência.
O esforço, neste momento, deveria ser pela retomada do crescimento econômico, segundo a posição da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), segundo seu presidente, José Calixto Ramos. “O movimento sindical entende que os encaminhamentos devem focar a retomada do crescimento econômico.
Será também a posição dos representantes da nossa Central no encontro do Fórum, nesta quarta”.
O dirigente diz que não se recusa a debater a questão previdenciária - “faço isso há 40 anos” - e que é errado tratar dos dois temas ao mesmo tempo.
Segundo José Calixto Ramos, o esforço neste momento deveria ser para criar um ambiente favorável ao investimento. “Há uma grave crise no País e problemas na relação entre os Poderes, que devem ser autônomos e harmônicos, segundo a Constituição.
Sem superar esse impasse, o capitalista não sente segurança para seus negócios”.
Ele afirma: “Não é por amor à Pátria que se investe.
O investidor busca segurança para o capital e retorno sobre o que investiu”.
O sindicalista disse ter preocupação com o agravamento da crise. “A mesma recessão que provoca demissões de trabalhadores afeta também a receita das entidades de classe, derruba a arrecadação do Estado e aprofunda os problemas sociais.
Atinge, inclusive, o seguro-desemprego, que será mais buscado pelos demitidos”.