Vice-líder do governo Dilma (PT) na Câmara Federal, o deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE) disse, na tribuna, em tom de denuncia, na tarde desta terça-feira (16), que existe um plano político, no País, que visa a descontruir a imagem positiva - junto à população - e a liderança política do ex-presidente Lula, para inviabilizar as chances de continuidade, em 2018, do projeto de governo do PT.
A fala foi feita em discurso de defesa do ex-presidente, tendo o deputado desafiado a oposição e as investigações a provarem as insinuações em relação ao triplex no Guarujá e ao sítio em Atibaia (SP).
O vice-líder Sílvio Costa negou que Lula seja proprietário do triplex e acusou parte da elite e da grande imprensa de tramarem no sentido de destruir o conceito de Lula entre as camadas populares e liquidar as mudanças que levaram à ascensão social.
Uma estratégia estimulada, segundo o deputado, pela própria desconfiança quanto ao projeto do PSDB. “Parte da elite e da imprensa vê Geraldo Alckmin (governador de São Paulo) e os senadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) se baterem internamente e conclui que o PSDB vai perder de novo em 2018.
Por isso, utiliza a lógica da desconstrução de conceitos para liquidar o projeto do PT”, acusou Sílvio.
O deputado lembrou o processo de elevação social nos governos Lula e ressaltou que essa ascensão nunca foi compreendida nem aceita pela elite conservadora, capitaneada por São Paulo, e que se vê representada por parte da mídia e seus monopólios de comunicação. “Lula fez o pobre andar de avião, fez o filho do pobre estudar Medicina, e isso incomoda o rico.
Acusam a aprovação da Medida Provisória para incentivar a indústria automobilística em outra regiões, mas não destacam que o relator, que aprovou, é o deputado José Carlos Aleluia, do DEM (BA)”, citou.
O deputado acusou a prática da “indignação seletiva” com a divulgação de trechos de delações premiadas de acusados nas investigações da Lava Jato, Petrobras e eleições, destacando-se as partes referentes ao governo e ao PT e omitindo-se ou pouco se destacando quando as acusações recaem sobre autoridades e políticos do PSDB e seus aliados. “Um delator disse que Aécio Neves recebia um terço da propina de Furnas; outro que o Instituto Fernando Henrique (FHC) recebeu R$ 1 milhão da OAS; outra denúncia diz que o governo FHC recebeu R$ 100 milhões em propinas.
E por que não há destaque a isso?”, questionou.
Sílvio Costa disse que foram os governos do PT os que mais investigaram a corrupção no País, não interferindo na autonomia das instituições e na liberdade das operações para investigarem denúncias.
O deputado defendeu que as apurações prossigam e que não omitam nenhuma partido. “As instituições - Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário -, funcionam e são respeitadas pelo povo e pelo governo.
Eu quero que apresentem uma certidão comprovando que o triplex é de Lula.
Que se investigue tudo e todos, mas não se pode aceitar a desconstrução intencional de um líder por uma elite que não acredita no projeto da própria oposição que lhe representa”, avaliou o vice-líder.