Comissão de Cidadania fará audiência pública sobre o assunto, na próxima sexta (19).

Foto: Giovanni Costa / Alepe O encerramento das atividades de escolas públicas na zona rural de Gravatá, no Agreste, gerou debate na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na tarde desta segunda-feira (15).

O deputado Edilson Silva (PSOL) fez uso do tempo destinado à Comunicação de Lideranças para criticar a gestão do município, sob intervenção do coronel Mário Cavalcanti desde o último dia 18 de novembro.

A defesa do que chamou de “reaglutinamento” ficou por conta do líder do Governo na Alepe, deputado Waldemar Borges (PSB).

Silva relatou ter recebido a visita de representantes do Conselho Municipal de Educação, que teriam denunciado o fechamento de 11 instituições de ensino.

Na última sexta (12), o parlamentar alegou que foi ao município apurar a situação, constatando que estudantes terão que se deslocar por mais de oito quilômetros em uma estrada usada como pista de teste por uma montadora para chegar à escola. “A educação no campo é uma dificuldade, mas essas crianças têm direitos e nós precisamos respeitá-los”, disse o deputado.

LEIA TAMBÉM: > Gravatá afirma que coordenação do MST aprova o reordenamento da rede escolar > Gravatá quer unificar escolas da rede municipal > Conselho municipal de educação denuncia fechamento de escolas da zona rural de Gravatá “O pedido que faço é que a gente discuta o problema.

Há unidades lá que podem ser fechadas por uma questão de otimização, mas três ou quatro delas precisam ser mantidas, ou as crianças serão submetidas a uma situação inadequada de transporte”, acrescentou.

Presidente da Comissão de Cidadania da Alepe, Edilson ainda anunciou a realização de uma audiência pública em Gravatá na próxima sexta (19) para debater o assunto, com a presença do Ministério Público estadual.

Waldemar Borges rebateu alegando que os ambientes são inadequados para o aprendizado. “Também tive oportunidade de visitar algumas escolas.

Vi um vão de cinco metros quadrados, de taipa, em que cerca de 15 crianças divididas em mais de três séries assistiam aula de uma professora”, contou. “Só se coloca o filho num ambiente desses se não houver alternativa, mas a gestão está oferecendo uma opção, então temos que aplaudir, pois essas crianças terão menos dificuldades amanhã.” De acordo com o líder do Governo, inicialmente seriam realocados alunos de 19 escolas, número que teria caído para nove unidades após discussões com a sociedade civil, sendo que a mais distante delas fica a 7,5 quilômetros de distância da comunidade. “Esse assunto nem precisaria ser tratado por um interventor, mas a situação é tão drástica que a Secretaria Municipal de Educação e os técnicos da área não se permitiram permanecer omissos”, afirmou Borges.

Na sequência, Edilson Silva voltou à tribuna para relatar o caso de uma escola reformada e equipada recentemente que também seria fechada, além de registrar um protesto feito por estudantes de três instituições de ensino nesta manhã. “Existe intransigência do interventor, então precisamos fazer o debate”, reforçou o oposicionista.

Para Borges, “colocaram um cartaz muito bem escrito na mão de cada criança, defendendo algo que condena o futuro delas”, reafirmando que as discussões ocorreram, mas “alguns querem prolongar o assunto com base em outros interesses”.