Ubam quer a instalação dos conselhos municipais de segurança pública e defesa social, unificação das polícias civis e militares, criação da Polícia de Fronteira e da agência Estadual de Vigilância 24 horas O presidente da União Brasileira de Municípios (Ubam), Leonardo Santana, informou nessa sexta-feira (12) que dezenas de municípios poderão ficar sem agências bancárias, se não forem tomadas medidas enérgicas e urgentes, tendo em vista o clima de terror que assola as pequenas cidades no interior do Estado.

Ele destacou que esse aumento alarmante da criminalidade, que antes era um problema das médias e grandes cidades, se torna agora mais uma dor de cabeça para os gestores públicos municipais.

Antes se falava em assalto, hoje, porém, agências bancárias estão sendo destruídas totalmente, com dinamite e outros artefatos, usados por grupos que portam armas exclusivas do Exército e que não temem a justiça nem a ação policial.

Durante reunião com os prefeitos, Leonardo divulgou dados alarmantes sobre o crime contra agencias bancárias, casas lotéricas, correios e postos de atendimento.

Segundo ele, em Pernambuco, a situação é estarrecedora.

Os ataques a bancos crescerem 27%, com 53 agências bancárias assaltadas.

Não havendo mais segurança nenhuma para a atividade financeira em pequenos municípios.

No Rio Grande do Norte, continuou o presidente da Ubam, só em janeiro deste ano, foram atacadas e explodidas agencias do Banco do Brasil, Bradesco, Santander, Correios e BNB, localizados nos municípios de Afonso Bezerra, Boa Saúde, Equador, Rafael Fernandes, Umarizal e Tangará, sem falar nas dezenas de ocorrências durante o ano passado, inviabilizando a manutenção de terminais dos principais bancos que atendem os municípios e a população, devido o prejuízo, que passa de R$ 300 mil por agencia destruída.

Uma quadrilha usou dinamite para explodir a agência do Banco do Brasil no município de São Miguel do Gostoso, litoral Norte do Estado.

De acordo com a Polícia Militar, o crime aconteceu por volta das 3h da manhã, quando 10 homens fortemente armados - divididos em dois carros - renderam até os policiais de plantão.

Na Paraíba, em menos de um ano, foram contabilizadas 116 ocorrências.

Foram explosões em agencias do Banco do Brasil, Bradesco, Santander, Correios e BNB, localizados nos municípios de Alagoa Grande, Alagoinha, Belém, Boqueirão, Caapora, Cabaceiras, Cacimba de Dentro, Camalaú, Conde, Cruz do Espírito Santo, Cubati, Cuité de Mamanguape, Cuitegí, Fagundes, Jacaraú, Juazeirinho, Lagoa Seca, Livramento, Mogeiro, Nauba, Olivedos, Olho D’Água, Pilões, Puxinanã, Remígio, São José de Caiana e Salgado de São Félix.

A Ubam reuniu, durante toda semana, prefeitos e dirigentes de consórcios, decidindo pela criação dos conselhos municipais de segurança pública e defesa social.

A entidade vai pedir uma audiência ao governador de Pernambuco, João Câmara (PSB), com a participação da Associação dos Municípios de Pernambuco (AMUPE), do superintendente Banco do Brasil, Banco Santander, Banco do Nordeste (BNB), Correios, Bradesco e Caixa.

Segundo Leonardo, deve-se formar uma grande parceria com o Governo do Estado, Municípios, Federação dos Bancos e Sindicato dos Bancários, para que sejam tomadas medidas preventivas, para evitar o fechamento de várias agencias bancárias no interior, obrigando a população a se descolar mais de 100 quilômetros para ter acesso a um posto de atendimento.

Para ele, “algo tem que ser feito, e em caráter de urgência”.

Ele destacou que vai propor a criação da polícia de fronteira, para unificação das ações policiais civis e militares dos Estados vizinhos, instituir uma Agência de Vigilância 24 Horas contra o Crime, visando interligar as cidades por um sistema de câmeras de alta resolução, nas principais vias de acesso, com alarme e acionamento por via satélite e a capacitação das guardas municipais, incluindo todo seu contingente num plano estadual de segurança e vigilância pública.

Leonardo garantiu que a Ubam vai lutar, junto à bancada federal e as assembléias legislativas, por investimentos do ministério da justiça e recursos gerados por multas que são cobradas pelos Procons, multas de trânsito e outras que somam mais de 100 milhões de Reais ao ano e que não se sabe, ao certo, a destinação desse dinheiro, para que seja aplicado em medidas contra o crime organizado e na defesa das instituições e dos cidadãos.