Oficio do MPF sobre a ponte da PCR Sem alarde, o procurador João Paulo Holanda Albuquerque, do Ministério Público Federal (MPF), mandou um ofício à Prefeitura do Recife, requisitando documentos sobre uma obra abandonada da Prefeitura do Recife, a ponte Jaime Gusmão, que ligaria os bairros de Iputinga e Monteiro, no Recife.

Segundo o MPF, a despeito de o contrato em exame ter sido assinado em 2012, com previsão de execução da obra em 18 meses e prorrogação de 12 meses (termo final em 17/11/2014), apenas 35,57% dos serviços haviam sido executados (até maio de 2014, o saldo contratual era de R$ 31.220.210,13, de um total de R$ 48.456.747,84, conforme boletim de medição 45).

A obra fora financiada com recursos da URB Recife e oriundos do empréstimo 7497 – BR, firmado com o Banco Mundial, e é parte do contrato 009/2012, assinado entre a empresa municipal e o Consórcio ConstrutorCinzel/Camilo Brito no âmbito do Projeto de Desenvolvimento Urbano e Inclusão social do Recife – Capibaribe Melhor.

Em matéria publicada em agosto de 2015, constatou-se que a obra virou uma indefinição total.

E uma ameaça a céu aberto.

Flagrou-se crianças usando as ferragens expostas para escalar o elevado.

A obra estava completamente abandonada.

Até os tapumes que impediam o acesso à construção inacabada foram levados pela população.

Por erros no traçado, a construção foi suspensa no final do ano passado.

E o pior: sem expectativa de retomada dos serviços.

Agora, o MPF abriu um inquérito federal para investigar a atual gestão da Prefeitura do Recife e punir os responsáveis pelos eventuais prejuízos.

Segundo dados preliminares do processo, apesar de ter sido gasto cerca de 64% do orçamento, apenas 35% da obra está concluída.

Para onde foi esta diferença, é o que agora o MPF quer que a URB Recife informe com exatidão.

Relatora da auditoria especial aberta no Tribunal de Contas (TCE) para acompanhamento da obra viária, a conselheira Teresa Duere já solicitou ao Núcleo de Engenharia do órgão que seja feito um levantamento dos prejuízos que o atraso e a paralisação dos serviços causaram aos cofres públicos.

Com o laudo dos engenheiros do TCE, os atuais gestores da URB Recife poderão ser condenados a ressarcir os prejuízos.