O presidente da Câmara de Vereadores de Glória do Goitá, Lívio de Amorim (PR), protocolou, em 21 de janeiro, pedido de intervenção estadual no Município dirigido ao Ministério Público de Contas (MPCO).
Fruto de requerimento de quatro vereadores e aprovada pela maioria dos parlamentares do Município, a documentação enviada pelos vereadores acusa o prefeito Zenilto Miranda Vieira (PTB), conhecido como “Dr.
Miranda”, acusa o gestor de uma série de crimes e irregularidades, como “malversação e desvios de recursos públicos”.
Segundo os parlamentares, existem provas “irrefutáveis” de lavagem de dinheiro contra o prefeito, obtidas pela Polícia Federal (PF) em busca e apreensão na casa do gestor, durante a Operação Carona, em outubro.
A PF apreendeu na casa do prefeito extratos de conta corrente e escrituras de imóveis em nome do agricultor “Zé Banana”, que já foi seu caseiro.
Na conta do agricultor “Zé Banana”, foram detectadas movimentações financeiras de quase R$ 1,5 milhão, quantia que não é compatível com sua renda bruta, declarada em R$ 964,16 mensais.
Os valores estavam sendo recebidos diretamente da prefeitura e de empresas que tinham contratos com o Município.
Uma das empresas investigadas recebeu quase R$ 2 milhões da gestão em 2014 e depositou R$ 20 mil na conta do laranja.
A PF determinou o afastamento preventivo do prefeito, no início de outubro, mas ele conseguiu voltar ao cargo com uma liminar do Tribunal Regional Federal do Recife, no final do mesmo mês.
O gestor continua sendo investigado, inclusive sobre novos fatos não abordados na Operação Carona.
Uma denúncia envolve uma mulher de Feira Nova que teria supostamente recebido dinheiro oriundo da prefeitura de forma ilícita.
A assessoria do MPCO informou ao Blog que o órgão não irá se pronunciar sobre o caso, pois está colaborando com a Justiça Federal na investigação.
A última intervenção estadual em Pernambuco foi em Gravatá, no Agreste.
Atualmente, o prefeito Bruno Martiniano (sem partido) se encontra afastado, sendo a cidade administrada pelo coronel Mário Cavalcanti, interventor nomeado pelo governador Paulo Câmara (PSB) em 17 de novembro do ano passado.
Em Gravatá, também coube ao MPCO desencadear a intervenção, apresentando um relatório posteriormente aprovado pelo TCE, Ministério Público do Estado e Tribunal de Justiça.