Por Adriano Oliveira, no JC deste domingo Nas eleições presidenciais de 2010 e 2014, o lulismo existiu.
Defino o lulismo como a capacidade do ex-presidente Lula em influenciar a escolha dos eleitores.
Tal capacidade advém dos sentimentos positivos presentes na relação Lula e eleitor e da percepção de parte dos eleitores de que a “vida melhorou nas eras Lula”.
O lulismo foi observado pela última vez na eleição de 2014.
Nesta época, a propaganda da candidata Dilma Rousseff incentivou os eleitores a pensarem que o retorno do PSDB ao poder representaria “piora de vida".
Em razão do medo de parcela do eleitorado, a presidente Dilma foi reeleita.
A Operação Lava-Jato já existia.
Mas estava em fase embrionária e Lula ainda não era o ator “principal” da Operação.
Hoje é.
E as notícias da imprensa trazem fatos que possibilitam que o eleitor construa opinião negativa em relação ao ex-presidente.
O lulismo morreu?
Não tenho pressa para responder.
Contudo, pesquisa do instituto IPSO realizada no mês de janeiro em todo o Brasil mostra que o lulismo agoniza.
A pesquisa da IPSO revela que: 1) 60% discordam da afirmação de que Lula é honesto; 2) 67% concordam de que Lula é tão corrupto quanto a outros políticos envolvidos nos escândalos Mensalão e Lava-Jato; 3) 68% concordam que Lula não tem moral para falar em ética; 4) 64% concordam que o governo Lula gastou muito e fez pouco.
A Operação Lava-Jato não incriminou Lula e, por consequência, o Judiciário não o condenou.
Assim sendo, vislumbro dois cenários: A morte do lulismo e a ressurreição do lulismo.
Caso o Judiciário condene o ex-presidente Lula, o lulismo virará malufismo e o PT terá que apresentar novos atores para a eleição presidencial vindoura.
Mas caso o Judiciário não condene o ex-presidente Lula, ele poderá dizer que o “homem que trabalhou por todos os brasileiros foi investigado, e nada comprovado”.
Neste caso, a vitimização do ex-presidente Lula poderá ocorrer em parte dos eleitores em razão do seu carisma e da memória positiva do eleitor para com a sua era.
Portanto, qual será o futuro do lulismo?
O futuro do lulismo depende dos resultados da Operação Lava-Jato.
E, claro, do frágil sucesso ou fracasso do governo Dilma.
O futuro de Luís Inácio está nas mãos da Operação Lava-Jato e de Dilma Rousseff.
Quem previu tal realidade para um grande líder popular? é doutor em Ciência Política[/SERVIÇO-SEM]