Presidente da Associação de Cabos e Soldados, Alberisson Carlos.
Foto: Edmar Melo / Acervo JC Imagem A Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados – Policiais e Bombeiros Militares (ACS-PE) irá repudiar, publicamente, a declaração do secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Pedro Eurico (PSDB), sobre oferecer o número do celular para se comunicar com detentos.
Ao Blog, o presidente da Associação, Alberisson Carlos, adiantou que a categoria está indignada com a atitude do secretário e o tratamento que tem dado aos policiais militares. “Ele nunca deu o número dele para policial militar falar o que está acontecendo dentro da unidade prisional.
A gente acha isso uma falta de respeito, um absurdo ele manter contato com por telefone com preso quando deveria também se preocupar com quem trabalha nos presídios”, criticou Alberisson.
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Pedro Eurico falou na Alepe que não viu indícios de que a PM facilitou as fugas.
Mas por que ele está transferindo os policiais da Barreto Campelo?
Quando diz que vai transferir o pessoal que trabalha lá, está culpando as pessoas”, disse.
Alberisson também afirma que não é dever de policiais militares trabalharem em unidades prisionais. “Vamos repudiar publicamente isso.
Entramos com uma ação cível pública no Ministério Público para apurar as condições de trabalho de policiais.
A PM não é para trabalhar em presídios, é desvio de função. É competência dos agentes penitenciários a guarda, vigilância e custódia de presos”, explicou.
Ele ainda conta que os policiais trabalham em péssimas condições nos presídios. “Os PMs ainda usam nos presídios arma mosquefal, que foi usada na Primeira Guerra Mundial.
Como a polícia iria reagir com equipamentos que quebram?
A PM não é para estar lá, mas, já que está, que sejam ativadas todas as guaritas e tenha melhores condições de trabalho, não colocar guardas já aposentados para trabalhar lá”, acrescentou Alberisson.