Pernambuco é reconhecido no país pelo seu pioneirismo em diversos setores, mas quando o assunto é a participação feminina no Poder Judiciário, o exemplo fica aquém.

O Estado ocupa uma das últimas posições no ranking da democratização entre os gêneros no segmento, com menos de 2% de presença feminina nos tribunais.

No Tribunal de Justiça do Estado (TJPE), dos 52 desembargadores, há apenas uma mulher.

Nos últimos 200 anos, foram apenas quatro que integraram os gabinetes do poder.

A realidade pernambucana é um contraponto ao que se vê em outros estados, a exemplo do Pará, onde mais de 60% das vagas são preenchidas por mulheres, da Bahia (51%) e do Ceará (33,3%).

Essa disparidade pode ser vista ainda na atual disputa pela vaga de desembargador do TJPE por indicação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), aberta com a aposentadoria compulsória do advogado Gustavo Lima.

Dos 19 candidatos ao Quinto Constitucional, só uma representa o gênero: a advogada Simone Duque de Miranda.

A magistrada vem levantando a bandeira da competitividade durante a sua campanha, e lembra que o Judiciário não pode se contrapor ao retrato da sociedade. “A força de trabalho feminina é a metade da nossa sociedade.

Um país que não usa de forma completa a metade da força do trabalho do povo perde competitividade", diz.

Simone é advogada militante há quase 20 anos e integra uma tradicional família de juristas, pós-graduada em Direito Público, em Direito Processual Civil, e em Direito Marítimo, Portuário e Direito do Petróleo.

Também é formada em Administração de Empresas, com especialização em Reestruturação Organizacional, que serve de base para sua atuação no Direito Empresarial.