Por Angelo Castelo Branco, jornalista Ninguém precisa ser um gênio do marketing político para perceber que a elite e a massa fazem leituras diferentes de uma mesma realidade.
As categorias sociais com acesso à informação e ao conhecimento, formam juízos de valor diferentes da massa aprisionada pelas necessidades básicas insolúveis.
Uma coisa é se preocupar com as evoluções futuras da macro economia e outra coisa é acordar sem água na torneira e a aventura do dia incerto pela frente.
Sem saber o que vai comer e nem o que vai fazer.
Lula se encaixa como uma luva de pelica macia nos sentimentos dessa maioria desprotegida.
E ele deve agradecer penhoradamente à companheira Dilma.
Ela fez o dever de casa com louvor.
Dilma empobreceu mais ainda o Brasil tornando-o presa fácil e singela para o populismo.
Em 18, o “pai dos pobres” vai abraçar um eleitorado mais faminto,mais fragilizado, mais desempregado e portanto mais dependente das bolsas famílias da vida.
E com a auto estima coletiva abaixo do nível do mar.
Além disso, a inconsistência técnica jurídica das insinuações de atos ilícitos e derrapadas morais atribuídas ao candidato, reforçarão seu imbatível discurso pelo qual “nunca antes na história desse país” um homem foi tão violentado e tão perseguido por ser defensor dos mais pobres.
E entre a visão racional do retrocesso econômico e a emoção do discurso messiânico, a massa de qualquer parte do mundo vai ficar sempre com o segundo.
Também não se deve subestimar o poder dos movimentos sociais.
Eles são treinados para a adversidade e agem como robôs ideológicos de alta eficiência.
Há relatos de ações de marketing muito precisas nas vésperas das últimas eleições presidenciais.
E assim, pelo que se percebe na ultrassonografia nacional de hoje, caso o quadro se mantenha estável, o candidato Lula está condenado a ser um nome muito forte em 18.
A não ser que por uma catástrofe, ele venha a ter seus direitos políticos cassados.
Mas, até agora, essa é uma hipótese improvável.