O governo aposta na vitória de Leonardo Picciani para tentar travar processo de impeachment.

Foto: Agência Brasil Estadão Conteúdo - Com amplo apoio da maioria da bancada peemedebista favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, o deputado Hugo Motta (PB) disse nesta segunda-feira, 25, ao jornal O Estado de S.

Paulo que irá tratar do assunto e de outros temas caros ao governo depois da eleição do novo líder do PMDB, marcada para 17 de fevereiro. “Impeachment, CPMF, espaço no governo e apoio a Eduardo Cunha são temas externos que não serão debatidos agora.

Serão discutidos com a bancada”, disse Motta.

LEIA MAIS: » Picciani confirma candidatura à liderança do PMDB em 17 de fevereiro Além de ter apoio deste grupo, ele tem aval do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por deflagrar o processo de impeachment no ano passado.

Apesar disso, ele tem buscado apoio do Palácio do Planalto em sua campanha.

Segundo deputados da ala pró-impeachment, trata-se de uma estratégia para evitar a perda de votos de peemedebistas que estão dispostos a apoiá-lo, mas têm receio de ficarem classificados como oposicionistas em um momento em que o impedimento da presidente perdeu força no Congresso. » Após desistir de candidatura a líder, Newton Jr. é disputado por Picciani e Cunha A estratégia foi desenhada por Cunha.

Ele orientou seu candidato e apoiadores que vetassem a discussão sobre o impeachment durante a campanha como forma de assegurar votos de quem não quer se indispor com o Planalto. » Eduardo Cunha escolherá adversário de Picciani em lista de seis nomes No entanto, a expectativa da ala pró-impeachment é que essa estratégia seja revertida no caso de Motta sair vitorioso. “Queremos chegar mais longe, mas o primeiro passo é mudar o atual líder”, disse o deputado Osmar Terra (RS).

Com a saída de Leonardo Quintão (MG) da disputa na semana passada, Terra e outro entusiasta do impeachment, Darcísio Perondi (RS), passaram a apoiar Motta.

Juntaram-se, assim, a outros parlamentares antigoverno, como Lúcio Vieira Lima (MG).

Comissão Especial A ideia da ala pró-impeachment é “cobrar a fatura” depois da eleição.

A primeira cobrança deve vir durante a escolha dos membros da Comissão Especial do impeachment na Câmara.

O PMDB terá direito a oito integrantes.

O discurso agora é de que as duas alas serão contempladas.

Mas há expectativa de que, se Motta for eleito, a maioria dos escolhidos seja favorável à saída de Dilma.

Mesmo com oito vagas, o posicionamento do PMDB é relevante porque outros partidos da base costumam seguir a legenda em suas decisões.

O número de votos para Leonardo Picciani e Motta é impreciso.

Enquanto aliados de Motta dizem que ele tem 15 votos a mais que Picciani e que esta vantagem pode chegar a 18, o grupo que apoia o atual líder aponta que ele já tem um total de 36 votos dos 67 da bancada e pode chegar a 42.

O governo aposta na vitória de Picciani.

Um dos ministros indicados pelo peemedebista, o titular da Saúde, Marcelo Castro, pode até retomar seu mandato de deputado federal pelo Piauí para garantir mais um voto para o atual líder.

Articulação Apesar do recesso parlamentar, tanto Motta quanto Picciani passam a maior parte dos dias em Brasília em conversas pessoais e por telefone, tanto com peemedebistas quanto com líderes e presidentes de outras legendas em busca de apoio.

Os candidatos também têm feito viagens pelo País.

Picciani esteve em Minas Gerais na semana passada.

O Estado, cuja bancada de sete deputados está dividida, foi visitado por Motta no fim de semana.

Hugo Motta deve ter reuniões nesta semana em Santa Catarina (seis deputados) e Rio Grande do Sul (cinco).

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.