Foto: Aluisio Moreira/SEI Por Franco Benites do Jornal do Commercio A decisão do governador Paulo Câmara (PSB) de definir o futuro da Arena Pernambuco até o final deste mês pode ser revista.

Nessa quinta-feira (21), no Palácio do Campo das Princesas, o socialista afirmou que o prazo será alterado caso ache necessário ter mais tempo para analisar o relatório de viabilidade econômica do empreendimento encomendado à Fundação Getúlio Vargas (FGV). “A gente só vai se pronunciar quando o relatório estiver de acordo com tudo aquilo que foi contratado, com todas as lacunas preenchidas para que a gente possa apresentar um documento que pense o futuro.

Espero concluir em janeiro, mas não vou também fazer nada açodado porque isso envolve recursos públicos e um equipamento público valioso que a gente tem que zelar”, disse.

De acordo com Paulo Câmara, o governo estadual pediu esclarecimentos à FGV sobre o relatório entregue no final de dezembro. “Muitas coisas precisaram de ajustes até diante da complexidade que é uma análise dessas.

Está sendo um processo de muita discussão, mas perto de finalizar”, falou.

Com a finalização da análise do relatório, o governo estadual terá condições de escolher a melhor opção em relação à Arena Pernambuco.

Nos bastidores, a rescisão do contrato é apontada como a saída mais próxima do Estado.

No entanto, Paulo Câmara disse que ainda não há uma decisão tomada. “Pode envolver a continuidade desse contrato atual dentro de novas bases, ensejar uma rescisão, o Estado assumir diretamente (a Arena) ou fazer uma nova licitação para um novo parceiro assumir (o empreendimento)”, comentou.

Logo após receber o relatório da FGV, no fim de dezembro passado, o governador garantiu que daria uma resposta sobre a Arena Pernambuco em janeiro. “Quero dar uma resolução rápida a essa questão porque envolve recursos públicos e um patrimônio do Estado”, disse, na época.

O governo crê, e o relatório da FGV reforçou esse ponto de vista, que o contrato do Estado com a Odebrecht, responsável pela construção da Arena Pernambuco, é economicamente inviável.

POLÊMICA - A Arena Pernambuco é um dos assuntos mais espinhosos para a gestão Paulo Câmara.

Em agosto passado, o estádio foi alvo da Operação Fair Play, da Polícia Federal, que passou a investigar um suposto superfaturamento de R$ 70 milh?es no contrato de construção do empreendimento.

Na época em que o contrato foi assinado para a construção da Arena Pernambuco o Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas do Estado era presidido pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), e por Paulo Câmara.

A oposição ao governo na Assembleia Legislativa, por sua vez, já cobrou recentemente o acesso ao estudo de viabilidade econômica da FGV.

Os oposicionistas também querem que Geraldo Julio compareça a uma audiência pública por ter sido o presidente do comitê que decidiu todos os passos envolvendo a construção do estádio.