Foto: Divulgação Do JC Online O sistema de educação de Gravatá entrou em debate nesta semana após a prefeitura, comandada pelo interventor Mário Cavalcanti, anunciar a fusão de escolas, especialmente na área rural.
Dentro do Conselho Municipal de Educação há um movimento contrário.
A proposta da gestão é unificar nove escolas, sendo duas na área urbana e sete na zona rural, atingindo, principalmente, as unidades que possuem turmas multisseriadas, ou seja, em que alunos de diversas séries estudam juntos na mesma sala.
A mudança concretiza-se na mesma semana em que o interventor divulgou um balanço das contas municipais, com uma dívida de R$ 86,05 milhões, e uma série de medidas para cortar gastos públicos.
No entanto, a secretária de educação, Maria Ângela Andrade, afirmou que não se trata apenas de economia. “É 90% pedagógico e 10% financeiro”, disse a secretária.
Inicialmente, a prefeitura pensou em fundir 17 escolas, mas reduziu o número para nove. “São escolas pequenas, uma tem apenas 10 alunos.
Juntando todos, eles poderão estudar em turmas regulares e não mais em multisseriadas”, acrescentou.
As escolas excluídas, segundo Maria Ângela, atendem da educação infantil até o 5º ano do ensino fundamental, estão entre dois e sete quilômetros de distância e a prefeitura irá garantir o transporte escolar com um monitor por veículo para acompanhar as crianças.
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A unidade funcionou até 2015 em um prédio alugado, mas o proprietário pediu o imóvel de volta.
As turmas serão transferidas para o prédio da Escola da Serra, que funciona em um hotel desativado. “Tem um andar inteiro desativado, que poderá absorver as turmas”, justificou a secretária.
Representantes do Conselho de Educação mostraram-se contrários às mudanças.
Segundo Sulamita Oliveira, integrante do Conselho, vários pais de alunos foram contrários e fizeram uma denúncia ao Ministério Público sobre as mudanças. “A secretária disse que era em prol da qualidade, mas no Saeb (índice de avaliação estadual da educação), as escolas multisseriadas tiveram notas superiores às da área urbana.
No Ideb (avaliação nacional), apenas 16 escolas urbanas foram avaliadas”, declarou.
Sulamita, que deverá ser candidata a vereadora na cidade, argumenta, ainda, que as mudanças nas escolas ferem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e contrariam o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que garante educação próximo de casa. “Isso está sendo feito de forma arbitrária e ditatorial”, disse Sulamita.