Por Jamildo Melo, editor do Blog O advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador do Estado, Eduardo Campos, morto em um acidente de avião em Santos (SP) em agosto de 2014, no meio das eleições presidenciais, comentou, por meio de nota oficial enviada ao Blog de Jamildo, as informações apresentadas pela Aeronáutica em coletiva convocada pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), nesta tarde de terça-feira, para divulgar relatório final sobre o caso.
A Aeronáutica apontou falhas humanas como o cansaço dos pilotos e a desorientação espacial como as causas do acidente aéreo que matou o ex-governador. “O relatório do Cenipa (divulgado nesta terça) foca a conduta dos pilotos e não aprofunda as condições e o projeto da aeronave, embora provocado para tanto”, ressaltou Antônio Campos, em outra direção, uma vez que a FAB descartou erro de projeto. “O alegado cansaço e falhas do piloto relatados pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), no máximo, constituem culpa concorrente, precisando ser elucidada a possibilidade de erro de projeto”, acrescentou Antônio Campos.
Na sua avaliação, além da conduta dos pilotos, o mais grave seriam os problemas da aeronave em si. “O parecer técnico, mais plausível, pelo que acompanho o caso desde o início, é no sentido de explicitar erro de projeto do estabilizador horizontal do avião sinistrado e de precedentes de problemas idênticos com outras aeronaves semelhantes.
O automatismo projetado para o estabilizador horizontal falhou, colocando o avião para a posição de Nose Down (nariz para baixo), passando o avião a se comandar e levando-o a um mergulho fatal e incontrolável”, observa.
O advogado cita ainda que houve um incidente grave no dia 2 de dezembro de 2012, na Suíça, com o avião HB-VAA, e com o avião PP – MDP, em um voo cruzeiro de Manaus com destino a Orlando, no dia 2 de junho de 2015. “A Cessna terá que, certamente, mudar o projeto do Cessna CE560 nos modelos XL, XLS e XLS+, para corrigir tal falha.
Os outros dois aviões que tiveram problemas estavam em altitude elevada, o que fez a diferença entre viver e morrer”, declara.
Na nota oficial, o irmão de Eduardo Campos ressalta ainda que o MPF e a Justiça não se pronunciaram ainda. “Os inquéritos civil, comandado pelo Procurador da República em Santos, Thiago Nobre, e o policial, comandando pelo Delegado Federal Rubens, que se encontra na 5ª Vara Federal de Santos, ainda não foram concluídos.
O policial aguarda inclusive perícia em simulador de voo, que é uma prova relevante para comprovar erro de projeto”.
O documento divulgado nesta terça-feira (19) pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) não busca apontar culpados pelo acidente, mas determinar os fatos preponderantes para que eles sejam corrigidos, impedindo novas tragédias.
A Polícia Federal também conduz uma investigação paralela para apurar responsabilidades.
Nesta terça-feira, o advogado também divulgou um parecer técnico, paralelo, enviado à FAB por Flávia vargas Martins, viúva do piloto Marcos Martins, apontando falhas no estabilizador horizontal, um dos aparelhos que determina a direção do “nariz” da aeronave.
Veja abaixo.
Relatório do comandante camacho ao Cenipa Além do ex-governador Eduardo Campos, a queda do avião também matou o fotógrafo Alexandre Severo, o jornalista Carlos Augusto Ramos Leal Filho, o cinegrafista Marcelo de Oliveira Lyra, o ex-deputado Pedro Valadares Neto e os pilotos Marcos Martins e Geraldo Magela da Cunha.
Não é a primeira vez que o advogado esposa a tese.
Em agosto do ano passado, quando o acidente completou um ano, Antônio Campos já havia feito comentários na mesma linha.
Veja a nota oficial do advogado Antônio Campos Com referência à reunião e coletiva convocada pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), realizada hoje, à tarde, divulgando relatório final, tenho a registrar o seguinte: Os inquéritos civil, comandado pelo Procurador da República em Santos, Thiago Nobre, e o policial, comandando pelo Delegado Federal Rubens, que se encontra na 5ª Vara Federal de Santos ainda não foram concluídos.
O policial aguarda inclusive perícia em simulador de voo, que é uma prova relevante para comprovar erro de projeto.
Contudo, o parecer técnico, mais plausível, pelo que acompanho o caso desde o início, é no sentido de explicitar erro de projeto do estabilizador horizontal do avião sinistrado e de precedentes de problemas idênticos com outras aeronaves semelhantes.
O automatismo projetado para o estabilizador horizontal falhou, colocando o avião para a posição de Nose Down (nariz para baixo), passando o avião a se comandar e levando-o a um mergulho fatal e incontrolável.
Houve um incidente grave no dia 2 de dezembro de 2012, na Suíça, com o avião HB-VAA, e com o avião PP – MDP, em um voo cruzeiro de Manaus com destino a Orlando, no dia 2 de junho de 2015.
A Cessna terá que, certamente, mudar o projeto do Cessna CE560 nos modelos XL, XLS e XLS+, para corrigir tal falha.
Os outros dois aviões que tiveram problemas estavam em altitude elevada, o que fez a diferença entre viver e morrer.
O relatório do Cenipa foca a conduta dos pilotos e não aprofunda as condições e o projeto da aeronave, embora provocado para tanto.
O alegado cansaço e falhas do piloto relatados pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), no máximo, constituem culpa concorrente, precisando ser elucidada a possibilidade de erro de projeto.
Recife, 19/01/2016