Analistas políticos apontam que candidatos do partido podem ter bom desempenho, mas será necessário desvincular campanha ao nome do partidoFoto: Divulgação Por Marcela Balbino, do Jornal do Commercio Apesar do desgaste político que o Partido dos Trabalhadores vem enfrentando na esfera nacional, pesquisas de opinião pontuam que, paradoxalmente, o partido pode sair-se bem nas eleições municipais em cidades de pequeno porte.

A condição, no entanto, é que os candidatos coloquem debaixo do tapete uma das principais marcas do partido: a estrela.

A análise é simples.

Os candidatos terão que se cacifar por méritos próprios sem precisar da muleta partidária, que outrora era o combustível para alçar novos nomes.

O desgaste da sigla com os desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato e a fragmentação da base aliada da presidente Dilma dão a tônica que estender a bandeira vermelha pode não ser o melhor caminho. “Isso em cidades de 40 ou 60 mil eleitores, se for vincular o nome ao PT, o negócio não fica bom”, observa o analista político Maurício Romão.

LEIA TAMBÉM: > Ao lado de próceres do PT, João Paulo e Thiago Norões farão palestra juntos em Palmares > PT do Recife articula ato contra Geraldo Julio na inauguração da Via Mangue > Dilma e Lula não são citados em delação oficial de Cerveró, diz PT Outro ponto a ser levado em consideração nas projeções é o principal legado do partido, as ações de transferência de renda, que estão sendo rapidamente corroídas pela situação econômica e pelo aumento dos índices de desemprego. “Então, os candidatos do PT que forem às ruas propagando o legado vão ter dificuldade de justificar”, diz.

Nas capitais, no entanto, o peso das siglas deve predominar.

REFLEXO Segundo o especialista em marketing político Carlos Manhanelli, esta é a segunda vez na história recente da política brasileira que o desgate de um partido no âmbito nacional reverbera nas eleições locais.

Ele relembra que, nas eleições majoritárias de 1974, o MDB (atual PMDB) passou a crescer eleitoralmente diante da crise econômica que corroía a base social de apoio aos militares. “O MDB mostrou as mazelas da ditadura e elegeu 23 governadores”, diz.

Em 2016, no entanto, a rejeição à sigla petista é crescente.

Segundo ele, as pesquisas vêm apontando que a vinculação ao partido dos trabalhadores pode tirar ponto dos candidatos.