O líder do Democratas na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), diz que a redução da previsão de investimentos da Petrobras para o período de 2015-2019 reflete as indicações políticas, sem fundamento técnico, para postos de comando na estatal, além de reforçarem as suspeitas de envolvimento do PT no escândalo do petrolão.

Ele refere-se à indicação de Nestor Cerveró para um cargo na BR Distribuidora, o que teria sido feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como forma de “gratidão” e “reconhecimento pela ajuda” na viabilização de uma operação que serviu para quitar um empréstimo do PT com o Grupo Schahin, segundo disse o próprio Cerveró em delação premiada no âmbito da operação Lava Jato.

A BR é a unidade de distribuição combustíveis da estatal. “As indicações políticas, sem fundamento técnico, caracterizam a gestão petista, seja na Petrobras ou onde o PT percebesse que havia espaço para estender seus tentáculos e desviar recursos.

Foram tantos os recursos desviados que falta caixa para os investimentos necessários”, afirmou o líder Mendonça Filho.

O líder do Democratas lamentou, ainda, que o “fundo do poço” não tenha chegado para a Petrobras, visto que a mais recente versão do Plano de Negócios e Gestão (PNG) 2015-2019, divulgada nesta terça, traga um número desatualizado para o barril.

A estatal brasileira reduziu a previsão do barril para 2016 de US$ 55 para US$ 45 o barril, mas o mercado já cogita o petróleo na casa dos US$ 20 por barril.

O documento divulgado é o terceiro ajuste no plano.

O primeiro ajuste do Plano foi apresentado no início de outubro, quatro meses após a divulgação da versão original.