O secretario de Formação Política do PT em Olinda Hélder Pires, que também é católico e líder pastoral, enviou ao Blog de Jamildo uma nota de repúdio ao artigo de Terezinha Nunes, publicado na manhã desta terça-feira (12).
No artigo, Terezinha afirma que os católicos estão se afastando do Partido dos trabalhadores (PT).
Confira a íntegra do texto enviado por Hélder: O artigo publicado neste blog, pela Deputada Estadual Terezinha Nunes lamentavelmente segue a linha do PSDB de fazer política: atemorizar os cidadãos brasileiros, contra o governo da presidente Dilma e o Partido dos Trabalhadores, agora com viés cristão.
Traçando uma narrativa desfocada dos fatos de nossa história recente, a deputada faz uso de uma retórica reducionista, maiormente, concernente à construção coletiva que cominou no Manifesto de fundação do PT na década de 80 e as peculiares contribuições de movimentos sociais, religiosos e pastorais ligadas a Igreja Católica, processo de fundação altivamente distinto do edificado pelo seu Partido, o PSDB.
Ao ressaltar em caráter meramente simplista os preceitos do Concílio Vaticano II, como basal argumento para filiações em massa ao PT, a Deputada demonstra seu alcance de saber abreviado, acerca do legado do Concílio para Igreja Católica na América Latina, assim como, das políticas acasteladas e criadas pelos governos PT nos últimos anos.
Parafraseando terceiros que por questões particulares divergiram em circunstâncias isoladas de posições politicas de lideranças do Partido, a deputada tenta influir o curso falacioso da generalização aos leitores e aos cristãos católicos, desconsiderando elementos fundamentais na altercação conjuntural.
Por fim, agrava a tonalidade capciosa e apelativa de seu discurso, atrelando o livro “O nome de Deus é a misericórdia”, de autoria do Santo Padre, como uma obra de alocução contrária ao PT.
Creio que a deputada, não teve o deleite de realizar a leitura da obra literária e religiosa ao qual cita, porque talvez reconhecesse o seu tom profético e libertador ao afirmar, por exemplo, que a “Igreja não está no mundo para condenar”, mas para transmitir uma mensagem de misericórdia, a uma “Humanidade que tem feridas profundas”, sendo a corrupção uma delas.
Como cristão, aconselho a Deputada Terezinha Nunes a fazer uma leitura orante do trecho do livro no qual o Papa Francisco evoca a Parábola do Pai misericordioso e do filho pródigo: “Seguindo o Senhor – é a sua reflexão – a Igreja é chamada a efundir a sua misericórdia sobre todos aqueles que se reconhecem pecadores, responsáveis pelo mal praticado, que se sentem necessitados do perdão”.
E como afirmara apóstolo João, busque a “verdade” e experimente fazer um exame de consciência num regresso a História da Organização do Estado Brasileiro a partir de reflexão crítica e como “boa cristã”, reconheça que não foi o PT que criou a corrupção e que nenhum governo combateu altivamente a corrupção no Brasil mais que os governos da Presidenta Dilma.
Aproveito para ressaltar a ilustre deputada que vivencie o Ano da Misericórdia, a nossa Igreja está aberta para acolher: “necessitados de escuta, compaixão, perdão, amor”.