Estadão Conteúdo - O vice-presidente Michel Temer tem reconhecido a interlocutores que teria se precipitado ao enviar uma carta de desabafo à presidente Dilma Rousseff no início de dezembro, poucos dias após a abertura do processo de impeachment da petista na Câmara.

Michel Temer escreve carta em tom de desabafo a Dilma Na opinião de auxiliares, o peemedebista dá sinais de que reconhece que a forma como escreveu alguns trechos do texto foi equivocada.

LEIA MAIS: » Após ser citado em carta a Dilma, vice dos EUA convida Michel Temer para visita » Atônita, cúpula do PMDB considera ‘infantil’ carta de Temer a Dilma Segundo um aliado, Temer avalia que poderia ter redigido a carta de maneira diferente.

Um dos exemplos citados por interlocutores é o trecho em que o vice reclamou a Dilma sobre o fato de não ter sido convidado para o encontro com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no início de 2015. » Eduardo Cunha diz que carta de Temer marca a saída do PMDB do governo Dilma Um interlocutor próximo a Temer diz que o peemedebista poderia ter se manifestado de forma diferente, dizendo que Dilma rebaixou o Brasil ao tratar com um vice-presidente, quando a diplomacia estabelece que presidente fala com presidente. » Carta de Temer gera comparações com ‘House of Cards’ na internet Temer estaria, ainda de acordo com assessores, demonstrando reconhecer ter agido por impulso, em meio a uma forte pressão de peemedebistas por uma posição mais dura dele em relação ao impeachment, postura que, segundo aliados, não faz parte de seu comportamento político. » Leia na íntegra a carta enviada por Temer a Dilma Um auxiliar do vice afirma que, neste momento, ele não repetiria a mesma fórmula, que acabou desgastando o peemedebista.

A avaliação de que Temer errou é propagada por aliados em meio a movimentos do peemedebista e de Dilma para diminuir a tensão na relação entre eles.

O discurso de relação “harmoniosa” do vice nos últimos dias também interessa ao Planalto.

A presidente pretende mostrar que tem o apoio de Temer, presidente nacional do PMDB.

Já ao vice interessa obter pelo menos a neutralidade do Planalto na eleição para presidência nacional do PMDB, em março, principal preocupação dele neste momento.