Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil Estadão Conteúdo - A presidente Dilma Rousseff atuou, antes de sua reeleição, para flexibilizar uma regra de concessão de financiamentos do BNDES em favor da Andrade Gutierrez, aponta reportagem publicada pela revista Época desta semana.

LEIA TAMBÉM: » Réu da Zelotes arrola Dilma como testemunha em caso de ‘compra’ de MPs » Demissão de servidores públicos por corrupção bateu recorde no governo Dilma » Lula presta depoimento à PF em Brasília, na Operação Zelotes De acordo com a publicação, após a liberação de um financiamento de US$ 320 milhões para a construção de uma barragem em Moçambique, a empreiteira doou R$ 20 milhões para a campanha de reeleição da presidente.

Documentos obtidos pela revista mostram que, em março de 2013, Dilma teve uma reunião com o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, na qual o governante do país africano questionou as exigências do BNDES para conceder o financiamento. » Dilma está entre os líderes mundiais menos admirados do mundo, diz pesquisa » Lobista preso na Zelotes entra com habeas corpus no STF Os recursos só poderiam ser liberados mediante à abertura de uma conta bancária de Moçambique numa economia com baixo risco de calote, o que Guebuza não concordava.

Dilma teria se colocado à disposição para “resolver o assunto”. » Operação Zelotes denuncia 16 por suposto esquema de compra de MPs » PF deflagra nova fase da operação Zelotes Segundo a Época, um mês depois, em Brasília, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) - comandado naquele momento por Fernando Pimentel, então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - aprovou a flexibilização do empréstimo.

O contrato foi assinado em junho de 2014 - já em período de campanha eleitoral - pela Zagope, subsidiária da Andrade Gutierrez investigada pelo Ministério Público Federal por pagamentos de propina. » Novo secretário da Fazenda é alvo da Operação Zelotes » Juíza que autorizou busca na casa de filho de Lula sai da Operação Zelotes A revista informa, ainda, que no mês seguinte à assinatura, Edinho Silva, então tesoureiro da campanha presidencial à reeleição de Dilma, fez uma visita à Andrade Gutierrez, em São Paulo.

Nove dias após o encontro, a empreiteira transferiu R$ 10 milhões para a campanha de Dilma.

Em seguida, a construtora doou mais R$ 10 milhões.

De acordo com a Época, a Presidência da República informou que a Camex toma decisões com total autonomia, sem nenhuma ingerência do governo.

Argumentou ainda que as doações não têm relação com as ações de governo. » Dilma diz que Brasil vai ter que encarar a reforma da Previdência O BNDES afirmou que o controle na concessão dos créditos à exportação se baseia em critérios técnicos.

Segundo a Andrade Gutierrez, o procedimento foi regular, informou a revista.