O publicitário Osvaldo Matos de Melo Jr escreveu um livro que nunca publicou.
A Lei do Cão, Contos de ficção policial que bem poderiam ser verdade, é uma ficção baseada em fatos reais que navega entre 40 anos de vida, baseado em entrevistas, observações e pesquisas.
Ele viveu dentro de um ambiente policial com muitos parentes e amigos e foi pegando fatos e também depois que virou sociólogo aprofundou-se mais no tema.
Neste domingo, o blog publica os contos em drops semanais.
Leitura amena para o final de semana.
Na dedicatória, o livro é dedicado à memória do pai, o coronel da Polícia Militar de Pernambuco e advogado Osvaldo Matos de Melo.
Delegado de várias cidades, como Olinda, Vitória de Santo Antão, Salgueiro, Arcoverde, Garanhuns, Pesqueira, entre outras.
Comandante da área de Caruaru, Salgueiro, Chefe do serviço reservado, diretor de pessoal, comandante do Regimento de Polícia Montada e dos batalhões de Ouricuri, Palmares, rádio patrulha; comandante do interior e Ajudante Geral da PMPE. “Um homem que viveu momentos de extrema dedicação pela causa da segurança pública, que ocupou funções de polícia judiciária e polícia ostensiva, comandante militar, chefe da inteligência policial, árbitro – em sua época, os oficiais da polícia militar com o curso de direito eram nomeados delegados”, conta o escritor.
O primeiro capítulo é intitulado A Orelha do Jegue Leia a introdução de A Lei do Cão Ao longo de minha vida tentei conciliar a profissão de especialista em Marketing e Publicitário com os estudos de Sociologia.
Inspirado na questão de ter um pai coronel da polícia e advogado, dois irmãos oficiais e bacharéis em direito, tios na polícia rodoviária federal, primos e grandes amigos de infância, também, na polícia militar; e bons amigos na polícia civil, além do fato de eu ter estudado no colégio da polícia militar, prestado concurso e ter sido cadete da academia do curso de formação de oficiais da Polícia Militar de Pernambuco, resolvi, após um ano, afastar-me por não ser isso a minha realização.
Desisti da vida militar, mas continuei gostando do tema “segurança”.
Já publicitário, com relativa estabilidade em minha área, decidi cursar Sociologia.
Estudo que me levou a aprimorar-me e a aprofundar-me nas técnicas de pesquisa e diagnóstico das doenças sociais.
Conheci um pouco mais sobre os trabalhos científicos, e as diversas doenças sociais e a questão da segurança pública, presente na história da humanidade.
Entrevistei personalidades da vida real, envolvidas, de alguma forma, com a violência e conheci pessoas das diferentes áreas, sempre que possível, visto minha atividade como profissional de marketing ocupar grande parte do tempo.
Busquei conversar com policiais de baixa e alta patente, policiais judiciários e ostensivos, além de profissionais das diversas corporações do nosso país, do estrangeiro e até presidiários.
Tive a oportunidade de ler diversos artigos e a vasta literatura policial.
Preparei dicas, sugestões ou artigos, de forma que pudessem contribuir um pouco para diminuir o problema que assola o país, a violência, presente hoje na rotina da nossa sociedade.
Por mais esforços que o governo faça, falta ênfase e gestão na questão da valorização dos recursos humanos, esquecidos nas políticas comuns de segurança, que priorizam o equipamento da tropa, compras de viaturas e construção de prédios.
Mas, o elemento policial continua ganhando pouco e sem a devida valorização, com raras exceções, no caso das polícias federais que recebem um pouco mais.
A base do sistema de segurança nacional não é bem remunerado, por isso, acaba sendo alvo de corrupção – não que salário baixo seja sinônimo de corrupção, mas assim acontece e o policial fica susceptível a corromper-se e ao envolvimento com os grupos ligados ao tráfico de drogas, ao jogo irregular, aos chamados grupos de extermínio e à segurança privada (policiais fazem bicos para ganhar e manter, no essencial, a família e protegê-la).
Perante estes casos, ao longo dos vinte e três anos do meu estudo sobre a violência, senti necessidade de criar uns contos, com personagens e situações imaginárias.
Tudo se passa no país de Além-Mar, em pleno desenvolvimento e progresso, mas com muito a consertar, bastantes desigualdades, comum em qualquer país do terceiro mundo, com problemas sociais gravíssimos.
Um país grande e alegre, mas com um povo pobre.
Um estado que possui as virtudes de um grande centro e as falhas de economias emergentes.
A capital é Tropicana, uma pequena cidade, densamente povoada, com problemas de primeiro, segundo e terceiro mundo.
Os fatos e histórias narrados são de pura ficção.
Qualquer semelhança com nome ou com locais é, realmente, mera coincidência.
Contém um pouco de antropologia, sociologia, criminologia e psicologia.
Algo que poderia ter acontecido, ou poderá acontecer em qualquer parte do mundo, cuja etnia seja semelhante.