Com muita diplomacia, o vice-líder do governo Dilma na Câmara dos Deputados, Silvio Costa, reagiu imediatamente a pesquisa encomendada pela CUT que diz que 90% dos brasileiros são contra mudanças na Previdência Social. “A pesquisa é preocupante, especialmente neste momento, pois pode dar munição à oposição irresponsável.

A CUT tem o direito de fazer a pesquisa que quiser, mas acho que deveria ter discutido com o governo os termos.

Trata-se de uma questão muito séria”, afirmou. “Tenho muita curiosidade de conhecer o tipo de pergunta que foi feita nesta pesquisa.

Se você perguntar a qualquer cidadão se ele quer perder direitos adquiridos, a resposta será não.

Outra questão é contextualizar.

Se você disser que a previdência tem um rombo de R$ 120 bilhões, a pergunta poderia ser diferente.

Se não se fizer a reforma, amanhã você corre o risco de não receber salário, como aconteceu na Grécia e na Espanha, você é a favor ou contra a reforma?”, sugeriu o deputado. “Acho que essa pesquisa traduz um sentimento geral de qualquer ser humano em não querer perder direitos.

A diferença é o que é preciso fazer para garantir os direitos adquiridos. É muito sério o tema”, diz.

Ele defende que se leve mais informações às pessoas.

E cita como exemplo a diferença entre os regime próprio dos servidores públicos e o regime geral, da iniciativa privada. “No primeiro, dos servidores federais, um milhão de aposentados gera um rombo de R$ 60 bilhões por ano.

No regime geral, privado, 30 milhões de brasileiros geram um rombo de R$ 65 bilhões”, comparou.

Contando ser estudioso do tema, o deputado federal alerta para a questão do crescimento populacional e também para o problema das aposentadorias rurais. “Não se pode isolar as aposentadorias urbanas e as rurais.

Isoladamente, somente com as aposentadorias urbanas, ela é superavitária, mas é preciso pagar a conta das aposentadorias rurais, criadas com a Constituição de 1988”, diz.

Sílvio Costa criticou duramente a oposição, ao tratar do tema. “Não dá para aplaudir os Arnaldo Faria de Sá ganhando voto fazendo demagogia com os aposentados. É a oposição brasileira, irresponsável.

O FHC criou o fator previdenciário e se não fosse ele o rombo não estaria em R$ 125 bilhões, mas em R$ 200 bilhões por ano.

Na discussão das pautas bombas, o que se viu?

A oposição votou pela derrubada do fator previdenciário, mas Dilma vetou porque ela é uma estadista, não pensa na próxima eleição, pensa na próxima geração” comparou.