Estadão Conteúdo - O novo julgamento das pedaladas fiscais será dramático, avalia o Palácio do Planalto, pelo potencial de aumentar a temperatura do processo de impeachment, que poderá estar sob análise durante o mesmo período, mas na Câmara dos Deputados.

O afastamento da presidente Dilma Rousseff é pedido pela oposição com base nas pedaladas, que teriam constituído crime de responsabilidade.

LEIA MAIS: » TCU aponta R$ 40,2 bilhões em pedaladas também em 2015 » Por unanimidade, TCU nega recurso do governo em análise das pedaladas fiscais As negociações com o Tribunal de Contas da União esbarram na jurisprudência criada pelo próprio tribunal.

Depois que o Estado revelou as pedaladas, no primeiro semestre de 2014, o Ministério Público de Contas abriu requerimento solicitando auditoria da equipe econômica.

A inspeção foi realizada e as pedaladas foram comprovadas. » Decisão do TCU abre caminho para que governo pague ‘pedaladas’ neste ano O julgamento começou em abril de 2015, quando os ministros do TCU condenaram a manobra, de forma unânime, ao considerar que elas infringiram a Lei de Responsabilidade Fiscal.

O governo entrou com recurso, rejeitado pelos ministros novamente de forma unânime. » TCU analisará recurso governista no processo das pedaladas fiscais » TCU barra contas e dá 30 dias para Dilma explicar ‘pedaladas fiscais’ Resta, agora, somente a atribuição de responsabilidade para que o julgamento seja concluído.

No meio do caminho, as pedaladas ensejaram também a reprovação das contas federais de 2014.

Foi a primeira vez em 78 anos que a Corte rejeitou contas de um presidente da República.

Trunfos O governo, no entanto, avalia ter “trunfos” a seu favor.

Segundo afirmou ao Estado o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, a zeragem das pedaladas, com o pagamento integral de todas as dívidas do governo no BNDES, Banco do Brasil, Caixa e FGTS, “demonstra” que o governo segue as orientações do TCU.

O pagamento ocorreu no fim de 2015, depois de concluída a análise técnica pelo tribunal de contas. » Parecer do TCU pede correção de pedaladas Outro ponto favorável ao governo é o parecer do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), relator do processo de análise das contas de 2014 na Comissão Mista de Orçamento.

Diferentemente do TCU, que recomendou ao Congresso a rejeição das contas por causa das pedaladas, Gurgacz decidiu aprovar o balanço federal, em parecer apresentado há duas semanas.

A decisão final caberá ao Congresso. » Ministro do TCU manda investigar eventuais “pedaladas” de 2015 No Planalto, a avaliação é que o TCU deve concentrar as condenações no ex-secretário do Tesouro Arno Augustin, responsável direto pelas pedaladas, e seu braço direito, Marcus Aucélio, além do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.