Priscila Krause (DEM) chamou estorno dos empenhos de “burla” ao orçamento do Estado e votou contra aprovação das contas de 2013 Por Paulo Veras, do Jornal do Commercio Apesar de o DEM integrar os governos do PSB no Estado, a deputada estadual Priscila Krause (DEM) tem atuado como um dos principais nomes na oposição ao prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).
Na reta final de 2015, Priscila, cotada para a disputa majoritária na capital, centrou fogo no aumento de repasses da gestão do governador Paulo Câmara (PSB) para a administração recifense.
A última cobrança, a dois dias de encerrar o ano, envolveu convênios de R$ 60,6 milhões entre a Secretaria de Planejamento e a prefeitura para obras de drenagem e recapeamento asfáltico.
O valor supera tudo o que o governo de Pernambuco aplicou no Fundo Estadual de Apoio aos Municípios (FEM) em 2015.
No final de novembro, a deputada já havia questionado o pagamento de R$ 10,5 milhões pelo Estado à prefeitura para quitar débitos da Taxa de Limpeza Pública que se arrastavam desde 1979.
Dias depois, cobrou um empenho de R$ 8,1 milhões da Secretaria Estadual de Turismo e Esporte para as obras de reforma do Geraldão, tocadas pelo município.
O Estado disse que o dinheiro não foi liberado.
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Mas chama atenção a falta de transparência.
E eu insisto que tem aí uma intenção de dar uma turbinada no Recife, que é a grande vitrine do PSB”, critica a democrata.
Segundo Priscila, as cobranças não fogem ao perfil da sua atuação parlamentar, voltada para o acompanhamento dos gastos públicos.
Ela monitora as promessas de Geraldo Julio em um site lançado quando era vereadora. “Tudo o que a gente falar agora vão dizer antecipação do debate eleitoral”, alfineta.
Na pesquisa do Instituto Maurício de Nassau que o JC publicou no início de dezembro, Priscila tinha 4% das intenções de voto no Recife.
Mas ela ainda precisa se viabilizar no próprio partido.
Em março, o presidente do DEM-PE, Mendonça Filho, indicou Roseana Amorim para a Secretaria de Desenvolvimento e Empreendedorismo da administração Geraldo.
O governador Paulo Câmara nega qualquer pressão eleitoral em favor do aliado. “Estamos ajudando ele com obras de pavimentação.
Somos responsáveis também porque os buracos é a Compesa e a Copergás que fazem”, afirma.
Já Geraldo Julio diz não ver incômodo nos convênios. “Outras cidades também recebem apoio do governo estadual”, diz.