Foto: Andrea Rego Barros/PCR Por Marcela Balbino, do Jornal do Commercio Mesmo com a queda brusca na arrecadação de tributos, a Prefeitura do Recife fechou o caixa com resultado superavitário em R$ 474 milhões, segundo o acumulado de janeiro a novembro.

Em relação ao mesmo período do ano passado, houve crescimento de 1,89% na receita, valor bem abaixo da inflação do período, que já supera os dois dígitos – ou seja, haverá perda em termos reais.

Dos impostos cobrados pelo município, apenas o IPTU deve fechar o ano com crescimento: em torno de R$ 23 milhões, que corresponde a incremento de 8,1% em comparação a 2014. “O IPTU é um tributo que tem assegurada a correção monetária anual pelo IPCA, além de estar associado ao conceito de maior bem das famílias, motivo pelo qual a sua arrecadação é menos volátil do que outros tributos”, explica o secretário municipal de Finanças, Ricardo Dantas, por e-mail. “Aumentou também a adimplência em 2015”, acrescentou o prefeito, Geraldo Julio (PSB).

A receita do Recife teve leve crescimento, passando de R$ 3,689 bilhões para R$ 3,759 bilhões.

As despesas, por sua vez, também aumentaram, principalmente no gasto com pessoal, que cresceu 14,01%, mesmo com o esforço de contingenciamento.

Em setembro, o socialista anunciou corte de mais de 300 comissionados.

LEIA TAMBÉM: > No Recife, réveillon comemorado em cinco polos oficiais com shows e fogos.

Geraldo promete mais trabalho > Para Geraldo Julio, convocação para explicar contrato da Arena é factoide > Silvio Costa Filho usa Arena Pernambuco para criticar Geraldo Julio.

PCR não responde > Após atrasos, Geraldo Julio promete Hospital da Mulher para primeiro trimestre de 2016 No ano em que Geraldo fez várias críticas à redução dos repasses da União para o Recife, observa-se que os repasses tiveram um crescimento nominal de 2% em relação a 2014, pouco mais de R$ 15 milhões.

Na ponta do lápis, no entanto, o valor está muito abaixo da inflação do período.

Em valores reais, houve queda de 8,73%.

O incremento no repasse resulta do aumento do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), conforme determinou a Emenda Constitucional 84 que previa o acréscimo.

Na análise de Ricardo Dantas, o cenário para 2016 vai exigir um desafio ainda maior para a gestão pública. “As projeções de receitas mais otimistas apontam apenas para a manutenção dos atuais níveis de arrecadação”, avalia.

Previsões de analistas apontam que 2016 será o segundo ano consecutivo na história do País onde se projeta redução do PIB nacional.

Para o próximo ano, os socialistas apostam na liberação do empréstimo de US$ 220 milhões com o Banco Mundial para tocar o programa de governo e pavimentar a candidatura à reeleição.

IMPOSTOS Ao contrário do IPTU, os dois principais tributos cobrados pela gestão municipal caíram este ano.

Tanto o ISS quanto o ITBI encolheram em 2015.

O primeiro, mais sensível ao ritmo da atividade econômica, diminuiu num reflexo imediato à crise econômica nacional.

Segundo Ricardo Dantas, o desempenho do ITBI em 2014 foi maior em virtude da Lei 17.904, que permitiu uma redução na alíquota promocional de 1,8%. “Em 2015 não foi oferecido o mesmo benefício”, explica.