Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados Estadão Conteúdo - Até então com discurso de que só decidiria sobre reeleição em 2016, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), anunciou que disputará novamente o posto em fevereiro, quando estão previstas eleições de novos líderes partidários e presidentes de comissões permanentes na Casa.

Uma das principais estratégias para se manter no cargo até lá e conseguir se reeleger será manter deputados do PMDB do Rio que estavam licenciados e retomaram os mandatos no início de dezembro para apoiá-lo.

LEIA MAIS: » Mesa Diretora rejeita assinaturas de Picciani para voltar à liderança do PMDB Após articulação com a cúpula do PMDB fluminense, considerada pró-governo, Picciani afirmou que os deputados Marco Antônio Cabral (filho do ex-governador do Rio Sérgio Cabral) e Pedro Paulo vão ficar no cargo pelo menos até o julgamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. » Picciani protocola assinaturas para reassumir liderança do PMDB Os dois ocupavam cargos em secretarias de Estado do Rio e da capital carioca, respectivamente, mas pediram exoneração para voltar à Câmara e apoiar a recondução de Picciani à liderança do PMDB. » PMDB proíbe filiações automáticas e dificulta volta de Picciani à liderança Picciani foi destituído do posto de líder do PMDB na Câmara após articulação de deputados da ala pró-impeachment do partido.

Com o aval do vice-presidente da República e presidente nacional da legenda, Michel Temer, esses parlamentares apresentaram lista com 35 assinaturas, derrubando o deputado fluminense e indicando Leonardo Quintão (MG) ao posto.

Oito dias depois, contudo, Picciani apresentou nova lista com apoio de 36 deputados do PMDB e foi reconduzido ao posto. » Ala pró-impeachment do PMDB tira Picciani da liderança e emplaca deputado mineiro Para retomar o posto, o parlamentar fluminense contou com ajuda direta do Palácio do Planalto.

A presidente Dilma Rousseff escalou ministros do PMDB, como Kátia Abreu e Helder Barbalho, governadores e parlamentares aliados.

Eles conseguiram convencer sete deputados peemedebistas que tinham apoiado Leonardo Quintão a mudarem de ideia e assinarem a nova lista que reconduziu Picciani ao posto.

A estratégia dificultou a retomada da liderança da sigla na Casa pela ala pró-impeachment. » Picciani reage à carta de Temer: ‘ele não quer o fortalecimento da bancada’ À frente do movimento que tenta derrubar Picciani, os deputados Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Osmar Terra (PMDB-RS) já estão colhendo assinaturas para tentar reconduzir Quintão ao cargo de líder do PMDB. » Marta repreende Picciani por seu apoio a Dilma e enaltece Temer Eles contam principalmente com a saída de Marco Antônio Cabral e Pedro Paulo para conseguir retomar a liderança do PMDB na Câmara. “Quero ver até quando eles conseguem segurar os secretários aqui”, diz Osmar Terra.

Eles apostam que os dois se licenciem dos mandatos durante o recesso. » Picciani diz que PMDB estava mais uma vez presente na sessão para votar Para conter esse movimento, Picciani articulou a permanência de Cabral e Pedro Paulo na Câmara. “Eles vão ter que disputar a liderança comigo agora no voto em fevereiro”, diz o líder.

Além de atrapalhar o movimento para derrubá-lo, Picciani dá mais uma demonstração de apoio a Dilma.

Isso porque os parlamentares fluminenses são da ala do PMDB contrária ao impeachment e, ao se manterem no mandato, podem ajudar a petista a barrar o processo de afastamento na Câmara.