10ª caminhada atestou fortemente a problemática das cheias no Ibura e os moradores fazendo o papel do poder público Encerrando o ciclo de caminhadas de 2015, iniciado em setembro deste ano, o Partido Verde (PV-PE), sob o comando do presidente estadual, Carlos Augusto, comandou a 10ª etapa do Recife Bom para Viver.
O projeto, que busca recolher sugestões de melhoria para a Cidade e percorrer as 18 microrregiões da capital, contemplou a Microrregião 6.2 – que envolve os bairros do Ibura e Jordão, no último sábado (19).
A iniciativa encontrou problemas semelhantes nas localidades, mas também ações dos moradores no sentido de melhorar a vida da população desses locais.
Entre as propostas, está a apresentada pelo locutor Alexandre de Castro, para minimizar os problemas da ausência de saneamento básico adequado, na Rua da Aviação no Ibura, que consiste de caixas de cimentos para dejetos implantadas ‘ao pé’ dos muros de algumas casas.
Embora não sejam tratados, os esgotos são canalizados para longe das ruas.
Logo depois, já na antiga Rua da Azeitona, assim chamada porque havia muitas árvores da fruta, o mestre de obras Antônio Luiz de Souza - morador local há mais de três décadas - , também está fazendo o seu próprio esgoto caseiro, já que não dispõe de local adequado para descarte de resíduos. “A situação desta rua já é muito complicada devido aos alagamentos”, explica, entre um e outro avião que passa rente aos telhados das casas a cada cinco minutos. “Se formos despejar esse material na lama, as condições de moradia vão piorar”, acrescenta.
Ele tem levado a orientação aos demais moradores para que todos possam evitar que os esgotos sejam jogados nas ruas.
Em meio aos sete quilômetros percorridos pelo Recife Bom pra Viver, no último fim de semana, ficou claro que um dos maiores problemas enfrentados pela população são as cheias.
Uma das vítimas desse processo é a aposentada dona Regina Avelino Ramos, de 76 anos.
Com sua residência localizada nos fundos do canal do Moxotó, ela sofre com as enchentes, pois as casas que aluga – entre as quais a que vive a filha e o marido que se recupera de um AVC – , são inundadas pelas águas imundas do canal, devido aos problemas de drenagem da estrutura.
Sobre o problema, o engenheiro florestal Josemario Lucena sugere um caminho para equacionar o problema: “Tem que desassorear e revestir as laterais com concreto e, se possível, mantê-lo limpo”, defende o especialista.
Se no Ibura o problema das cheias é uma constante, no bairro do Jordão o lixo na rua e nos canais predomina sobre a paisagem.
O pior exemplo na ladeira conhecida por “Caldo de Cana”, na Rua Francisco Beltrão, onde o esgoto jorra em meio às águas pluviais. “Já ligamos para o número 0800 deles que passa toda a gravação e na hora de atender cai a ligação’, conta o morador José Maria, preocupado com a possibilidade de dengue e outras doenças transmitidas pelos mosquitos presentes, devido ao lixo acumulado e poças de água no local.
De volta em 2016.
O Recife Bom Para Viver dá uma parada agora em dezembro e volta no inicio de janeiro.
A 11 ª caminhada do projeto será no dia 9/01.
As caminhadas seguirão até o dia 12/03, quando se encerram na Praça do Marco Zero, no bairro do Recife.