Em discurso durante cerimônia de inauguração da Estação Pirajá e do trecho Bom Juá-Pirajá, do Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas, na Bahia, a presidente Dilma, ao lado do governador Rui Costa e do prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, mandou recados políticos, como de costume. “Aproveitando que aqui a devida paixão cívica ocorre, aparecem as divergências, eu vou falar para vocês sobre democracia.

No Brasil, nós temos, hoje, uma democracia que nós conquistamos a duras penas.

Pessoas lutaram por ela, pessoas morreram por ela, pessoas deram o melhor de si, inclusive, deram a suas vidas e foram, inclusive, torturadas”. “Eu acredito na democracia e vou falar para vocês sobre impeachment.

Por que vocês me mostram que não vai ter golpe?

Impeachment em si não é golpe porque está previsto na nossa Constituição.

Ele vira golpe quando não há nenhum fundamento legal para qualquer projeto de impeachment.

E por que que não há fundamento legal?

Não há fundamento legal porque eu tenho uma vida ilibada.

Meu passado, meu presente, não há nenhuma, nenhuma acusação fundada contra mim.

De outro lado, de outro lado a Constituição é clara.

Se faz impeachment quando há crime de responsabilidade”. “Não há contra mim nenhum crime de responsabilidade.

Eu sequer fui julgada.

Sequer.

Portanto, o que está acontecendo é um processo que tem duas características.

A primeira é muito grave porque afeta a vida da população.

Qual é ela? É a tese do “quanto pior, melhor”, “quanto pior, melhor”.

E quando esta a tese do “quanto pior, melhor”, o que que acontece? É pior para o povo brasileiro e melhor para uns poucos.

O que nós temos de garantir é que o Brasil volte a crescer, volte a gerar empregos e isso nós somos capazes de fazer, porque foi no nosso período de governo que o País mais gerou empregos, teve as menores taxas de desemprego e onde nós tiramos o Brasil do mapa da fome.

A segunda questão é uma questão muito clara”. “Nós não vivemos num regime parlamentar.

Como é que funciona um regime parlamentar em qualquer parte do mundo?

Funciona assim, o primeiro ministro é escolhido entre deputados e forma um gabinete.

Caso haja em qualquer momento desconfiança, ele é retirado, novas eleições são convocadas e um novo gabinete se forma.

Por que que é assim?

Porque o voto a ele dado pela população é um voto proporcional, é um voto como se dá para deputado aqui no Brasil”. “No presidencialismo não é isso não.

No presidencialismo, uma pessoa concorre à eleição de presidente.

Eu, por acaso, ganhei 54 milhões de votos.

Daí porque a Constituição prevê as formas pelas quais um presidente pode ser retirado do poder.

Não gostar do presidente, querer encurtar o tempo para chegar a ser presidente, perder eleições sistematicamente não são alegações previstas na Constituição.

Não são.

Por isso eu digo para vocês uma coisa: o nosso País precisa de tranquilidade, precisa que todos nós olhemos acima dos nossos interesses partidários e eleitorais e coloquemos os interesses do Brasil acima de todos os interesses pessoais e políticos.

Isso significa que nós temos de fazer um grande esforço para que o que nós queremos individualmente não atrapalhe o que o Brasil precisa como nação e como país”, afirmou.