Foto: José Cruz/ Agência Brasil Agência O Globo O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) afirmou na manhã desta terça-feira que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de dar ao Senado a palavra final sobre o impeachment e revogar a comissão criada pela Câmara é “o renascimento do governo Dilma”.

Para Wagner, a presidente sai de “um governo perseguido para um governo que ganha certa liberdade para atuar”.

LEIA TAMBÉM: » Câmara defende no STF rito adotado por Eduardo Cunha “O STF, como poder mediador, deu a dimensão necessária à magnitude do impeachment.

No presidencialismo, o impeachment de um presidente é quase uma pena de morte para o cidadão comum, ainda mais se ocorre sem um rito que não respeita isso”, afirmou, em conversa com jornalistas, no Palácio do Planalto.

Segundo Wagner, o instrumento impeachment não é “golpe”, sobretudo se for aprovado pelas duas Casas, a Câmara e o Senado.

Disse, no entanto, que ele não pode ser banalizado.

Na avaliação do ministro, o processo aberto pela Câmara no mês passado contra a presidente Dilma não evoluirá na volta do recesso parlamentar, em fevereiro. > Adams diz que STF não é chamado a resolver eleições de 2014 ou embates políticos > PCdoB diz que Senado não é obrigado a seguir decisão da Câmara sobre impeachment > Começa sessão do STF que julgará rito do impeachment.

Acompanhe ao vivo “O impeachment, em si, não é golpismo.

O que pode ser golpe é banalizá-lo e o que o STF fez foi valorizá-lo para a democracia brasileira.

Não é golpe se as duas casas acolherem.

Agora, pessoalmente acho que no caso da Dilma criou-se a bandeira para depois se buscar uma razão.

Diga-se o que quiser da presidente, mas não se dirá que é dolosa no trato da coisa pública, não cola nela”, disse o chefe da Casa Civil.

O ministro afirmou que a mudança na equipe econômica foi boa para o país e para o governo.

Na sua avaliação, a economia é movida por “previsibilidade e confiança”: “Tendo uma nuvem cinzenta de instabilidade “vai ficar ou vai sair? (com relação ao ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy)” é um fator desagregador.

Como um agente estrangeiro vai vir investir se não sabe que quem está no comando da política econômica ou se ele vai se manter?

Acho que é danoso (o que estava ocorrendo).

Wagner pediu um voto de confiança da sociedade, do mercado e das empresas ao novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.

Disse que a nova equipe econômica é “mais harmônica” e que Barbosa não fará “nenhuma loucura”. “Se eu eu pudesse pedir algo, é que não sentenciassem antes que o cara trabalhasse.

No Brasil, temmos que ter uma certa psicologia.

Ninguém (no governo) é suicida.

Tem que ter um pouco de aposta, de ajuda, de querer que dê certo.

Nelson não vai fazer nenhuma loucura, é um cara equilibrado”, disse Wagner.