Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil Estadão Conteúdo - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou neste sábado (19) ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o vice-presidente Michel Temer “jamais recebeu qualquer coisa que não seja doação ao PMDB” e desmentiu “com veemência” supostas cobranças de suborno feitas ao presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro, conhecido como Leo Pinheiro. “Temer jamais recebeu qualquer coisa que não seja a doação ao PMDB.

Nem Temer nem ninguém no partido que eu saiba”, disse.

De acordo com reportagem publicada neste sábado pelo jornal Folha de S.Paulo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao relatar situações de pagamento de suborno a peemedebistas, apontou indícios de que o vice-presidente teria recebido R$ 5 milhões de Leo Pinheiro.

O documento consta nos autos da Operação Catilinárias, que corre em segredo de Justiça.

Segundo a reportagem, a citação ao pagamento feito a Temer estaria em uma troca de mensagens entre Pinheiro e Cunha.

O presidente da Câmara teria reclamado que o pagamento ao vice prejudicou e adiou repasse a outros líderes peemedebistas, que ele chama de “turma”.

A conversa estaria armazenada no celular de Pinheiro, que foi apreendido no ano passado.

LEIA TAMBÉM: > MP investiga venda de rádio pernambucana de Eduardo Cunha > Eduardo Cunha e oposição apostam em mudança do regimento para driblar STF sobre comissão > Teori diz que decisão sobre afastamento de Cunha será a ‘mais justa possível’ Cunha disse que, apesar de não ter visto a peça e não ter condições de comentar o assunto, qualquer diálogo “com quem quer que seja” tratando de valores é referente à doação partidária. “Toda e qualquer menção a valores são correspondentes única e exclusivamente a doações partidárias”, reforçou.

O presidente da Câmara garantiu ainda que o partido tem todas as doações devidamente registradas. “Tenha certeza de que qualquer valor citado encontrará a respectiva doação contabilizada e declarada a Justiça Eleitoral”, afirmou.

Questionado se a troca de mensagens com Pinheiro existiu, Cunha insistiu: “Não vi a peça e nem conteúdo diálogo.

Logo sobre isso não vou falar.” Cunha disse que não conversou com o vice-presidente após a divulgação da reportagem, pois “não precisa” falar com ele para saber que não há doação ilegal.

Para o presidente da Câmara, a citação a Temer provavelmente se deve ao fato dele ser o presidente do PMDB e nessa condição ser o responsável no partido “por autorizar e, junto com tesoureiro, contemplar a distribuição dentro partido das doações”, afirmou. “O resto são ilações e fofocas que não têm amparo nos fatos.” Em nota, o vice-presidente confirmou o recebimento de R$ 5,2 milhões da empreiteira e disse que foram doações ao PMDB devidamente registradas no partido e na prestação de contas entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Houve depósitos na conta do partido e a devida prestação de contas ao Tribunal.

Tudo já comprovado por meio de documentos.

A simples consulta às contas do PMDB poderia ter dirimido qualquer dúvida que, por acaso, pudesse ser levantada sobre o assunto”, escreveu Temer.