Foto: Reprodução da internet Do JC Online A presidente nacional do PCdoB, a deputada federal Luciana Santos, concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (18) para comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer a autonomia do Senado para barrar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), caso seja aprovado na Câmara dos Deputados.
O PCdoB deu entrada no STF com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) questionando a validade de dispositivos da lei do impeachment. “Essa questão, não é apenas jurídica, ela é jurídica, política, e de um embate que acontece no País desde o dia em que saiu o resultado das eleições.
Há um inconformismo por parte da oposição com o resultado das eleições”, disse Luciana Santos.
Apesar de aliada, a deputada não deixou de criticar o governo. “Muita gente pode discordar, ter diferenças, ter críticas ao governo Dilma.
Até nós temos, e muitas.
Mas a democracia, nós não podemos rasgar.
Ela foi eleita para quatro anos.
Popularidade ou impopularidade não pode ser critério para distituir presidente da República, um governador, um prefeito.
As pessoas têm um mandato que foi delegado pelo povo”, explicou.
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E talvez a gente já resolva na Câmara”, declarou.
Presente à coletiva, o deputado Orlando Silva (PCdoB-RJ), disse que o partido não “tomou o espaço do PT” ao defender o mandato da presidente no STF. “Considero que o PCdoB cumpriu a responsabilidade de ser um partido político que apoia o governo.
Nós acreditamos num projeto político, acreditamos num programa.
Nós procuramos sustentar democraticamente esse projeto”, disse.
Em seguida, atacou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “O que o STF fez foi acabar com a farra de Eduardo Cunha, acabar com o vale-tudo que o Eduardo Cunha tentou introduzir na política brasileira.
Só que ele não pode tudo, as instituições ainda funcionam”, comentou.
Sobre o recesso parlamentar, Luciana Santos afirmou que o PCdoB é a favor da continuidade dos trabalhos. “Precisamos de estabilidade.
Sem estabilidade política, não tem como superar a crise econômica.
Esse é um assunto que, quanto mais rápido nós resolvermos, sair do impasse, desde que seja dentro da legalidade, nós achamos que quanto mais rápido melhor, para ter paz política no Brasil.
De nossa parte, quanto mais rápido, melhor para o Brasil.
Estamos preocupados com a retomada do crescimento”, disse.