Na avaliação do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), a decisão do pleno do Superior Tribunal Federal (STF), da última quinta (17), representou um retrocesso para o País.

Ao estabelecerem um novo roteiro para o andamento do impeachment da presidente Dilma, os ministros comprometeram, de forma decisiva, todo o processo. “Um governo apodrecido, sem rumo e perdido desde o seu primeiro momento e, até agora, ganhou fôlego graças a uma decisão da Justiça, que praticamente enterrou o impeachment”, afirma.

Para o parlamentar, o discurso do Governo e seus aliados de que o processo contra a presidente é um golpe na verdade é válido para os próprios governistas. “Falam que o impeachment seria um golpe.

Golpe é isso que vimos nesta quinta.

Um golpe dado pelo Governo de forma bem estruturada e com a ajuda de uma instituição como o Supremo”, avaliou.

LEIA TAMBÉM: > Luciana Santos comenta decisão do STF sobre impeachment > Paulo Câmara diz que decisão do STF sobre impeachment não deve ser questionada > Eduardo Cunha diz respeitar decisão do STF sobre impeachment Ao agendar apenas para fevereiro a análise do pedido de afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados, o STF prestou, na opinião do deputado, um desserviço. “Vamos continuar vendo um desqualificado comandar um dos poderes da República.

E quem chama ele de desqualificado não sou eu apenas, mas sim a Procuradoria Geral da República no pedido que fez do seu afastamento”.

O balanço do ano no Congresso Nacional, para Jarbas, é um dos piores já vistos ao longo de sua vida pública. “O ano começou ruim, permaneceu ruim e termina péssimo.

Um ano tão medíocre que termina ainda com duas grandes figuras do PMDB se estranhando publicamente”, disse Jarbas numa referência aos embates dos últimos dias entre Renan Calheiros e o vice-presidente da República, Michel Temer. “Mas, no que depender de mim, continuarei firme nas minhas convicções e vigilante dos acontecimentos.

Nem Cunha nem Dilma possuem mais condições de ocuparem os cargos que hoje ocupam”, conclui.