O vereador André Régis, líder do PSDB, ironizou a coincidência de o PT ter programado uma passeata de apoio à presidente Dilma Rousseff no mesmo momento em que a agência de avaliação de risco Fitch rebaixava a classificação do Brasil, retirando o país da condição de bom pagador e agravando uma crise sem precedentes na história. “Esse governo acabou.

Aliás, ele nem começou.

E está conduzindo o nosso país para uma quebradeira dentro de uma onda de desemprego e de inflação cujos efeitos estão penalizando sobretudo os mais pobres”, disse André Régis.

Nesta quarta, o Brasil deixou de ter um grau seguro para investimentos e passou a ter grau especulativo.

Essas empresas de classificação de risco constituem instituições de orientação para os investidores, apontando onde há e onde não há segurança para investimentos. “Tudo isso acontece depois de um longo trabalho feito pelo presidente Fernando Henrique Cardoso ao implantar o plano real com a estruturação da economia a partir dos pilares dos regimes de meta da inflação, cambio flutuante e superávit primário.

A conservação de uma política macroeconômica idêntica nos dois governos de FHC e nos dois governos de Lula, fez com que o Brasil obtivesse graus de segurança para investimentos estrangeiros.

Quando Dilma Rousseff assumiu ela resolveu inovar criando a chamada “nova matriz econômica”.

Essa estratégia mostrou que nem tudo que é novo é bom e Dilma Rousseff quebrou o Brasil.” “Estamos vivendo os reflexos dessa quebradeira generalizada e o tripé macroeconômico foi simplesmente derrubado.

Já não temos mais o controle da inflação que rompeu a barreira dos dois dígitos com mais de 10% ao mês afetando inclusive os mais pobres, perdeu-se o controle do câmbio, o dólar encostou hoje em quatro reais e o superávit primário deixou de ser um valor a ser perseguido pela atual equipe econômica liderada por Joaquim Levy e Nelson Barbosa”, afirmou, em discurso na Câmara Municipal. “Joaquim Levy não consegue impor nem o ajuste fiscal nem a meta de superávit primário para o próximo ano pois ele foi derrotado dentro do próprio governo.

E um dia após a sua derrota veio o rebaixamento.

Isso implica dizer que a maioria dos fundos internacionais estará impedida de optar pelo Brasil para investir seus recursos.

E se dinheiro novo não vai chegar ou vai encontrar mais obstáculos em decorrência desse segundo rebaixamento, haverá mais dificuldades para a economia se recuperar.

Isso significa mais desemprego que, aliás, é o nosso grande problema porque já atinge mais de 10% da população economicamente ativa.

Vale ressaltar que esse índice de 10% é generoso com o governo porque o IBGE não considera os que estão vivendo sob a custa de programas de assistência governamental e nem os que simplesmente desistiram de procurar emprego”, afirma. “Diante desse cenário de milhões de brasileiros perdendo emprego, o Partido dos Trabalhadores marcou para hoje uma manifestação de apoio à presidente Dilma Rousseff.

Até quando iremos ficar paralisados diante da falta de governo em Brasília?

Não temos governo e o reconhecimento dessa realidade pela comunidade internacional faz com que o Brasil deixe de ser um país seguro para investimentos.

As repercussões serão drásticas.

Sem empregos, o comércio vende menos e diminui suas encomendas à indústria que cai também na recessão e começa a demitir.

Este conjunto de quedas afeta o governo que se vê frustrado com as suas receitas de impostos passa a arrecadar menos e perde a capacidade de investir na educação, na saúde, na infraestrutura e nos programas sociais e assistenciais do Brasil”. “Esse é um quadro de desespero.

Temos uma crise política que não conseguimos debelar e ela está destruindo a economia brasileira simplesmente pelo fato de que não há governo em Brasília”, declarou.