Foto: Agência Brasil O Globo - A executiva nacional do PMDB aprovou resolução nesta quarta-feira proibindo filiações automáticas de políticos com mandato.
A decisão, na prática, impede o ingresso ao partido de deputados federais que estavam se transferindo para ajudar na recondução de Leonardo Picciani (RJ) à liderança da bancada.
A presidente Dilma Rousseff estava atuando intensamente no troca-troca partidário.
Picciani é da ala governista do PMDB.
Apenas ele e o secretário-geral do PMDB, Mauro Lopes, votaram contra a resolução.
Picciani reagiu com indignação à mudança e disse que ele e diretórios estaduais entraram com ação na Justiça contestando a nova regra, por considerarem “invasão de competência” da direção nacional nos estados. — Lamento o que aconteceu.
Hoje, a comissão executiva escreveu uma página ruim, triste da história do PMDB, um partido que teve tantas páginas bonitas na história do Brasil, sobretudo, na defesa da democracia, das liberdades.
O partido aprovou uma resolução ilegal que vai ser contestada juridicamente.
A mudança no regimento ocorre com o aval do vice-presidente Michel Temer, que é também o presidente do partido.
Uma das filiações que não será aceita será a do deputado Altineu Cortês (PR-RJ).
Sua saída do PR para o PMDB teve a participação da presidente Dilma, que pediu ao PR que aceitasse perder Cortês para Picciani ganhar um voto e retomar a liderança.
Aliado de Dilma, Picciani foi destituído por 35 dos 66 deputados da bancada.
Em seu lugar, assumiu o deputado Leonardo Quintão (MG), que ainda não manifestou uma posição sobre o impeachment, mas avalizou o lançamento da chapa alternativa com integrantes do PMDB favoráveis ao processo contra a presidente.
Apesar da pressão de peemedebistas pelo rompimento imediato com o governo Dilma, entre eles, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Executiva não deliberou na reunião de hoje sobre a antecipação da convenção, marcada para março. — Temos as assinaturas necessárias para convocar a convenção, mas vamos deixar esse assunto em stand by. vamos apresentar o pedido de antecipação a depender da conveniência política— disse o ex-deputado Geddel Vieira Lima (BA), um dos maiores entusiastas do grupo pró-rompimento com Dilma.